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segunda-feira, 30 de abril de 2018

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - LXXXII

"A noite só acaba quando você fecha a porta de sua casa para dormir."

Frase dita pelo velho amigo e colaborador mor desta tranqueira, ao testemunhar um fim de noitada deste escriba, que foi presenteado no fim da madrugada, após horas de infelicidades, com nada menos que duas belas surpresas.
Sim, já houve outras postagens desta série interna com conteúdo muito semelhante, mas sejam humanos e compreensivos com os canalhas, caros leitores: as duas referidas surpresas foram tão inesperadas e agradáveis que sua breve mas muito prazerosa passagem pela vida deste sujeitinho merece ser aqui registrada.

Saudações canalhas e cafajestes 

terça-feira, 17 de abril de 2018

O deus dos canalhas, conquistadores baratos, cafajestes, conversinhas



Como os deuses principais, os senhores da maioria dos panteões de divindades indo-européias(deuses hindus, gregos, romanos, eslavos, etc), ele é mulherengo e conquistador insaciável; mas nenhum deles se equipara ao senhor de Asgard em termos de tramoias mirabolantes para seduzir mulheres mortais, semideusas e outras criaturas do sexo feminino. A lábia desse senhor, sua capacidade de engabelar a mais esperta e desconfiada das mulheres com belas palavras, é incomparável. Para confirmar, procurem ler a história de como ele se apropriou do hidromel da poesia e a partir de então, sempre que precisarem de inspiração para conquistar os favores de uma dama, erga seu copo de bebida, irmão canalha, e brade a plenos pulmões:
"Odin blessadur!"

P. S. :essa postagem foi inspirada por uma prazerosa noite de sábado recente, em que fui convidado a jantar, beber e outras coisas mais, por uma dama muito especial. Lá estávamos em sua casa, vinho fluindo docemente. Conversa vai, conversa vem (um papo ao mesmo tempo muito descontraído e erudito, coisa que só  mulheres especiais como essa são capazes de engendrar, conduzir e manter), narrei a ela o referido episódio acima e ela saiu-se com essa: Odin, então, é o deus padroeiro dos canalhas e conversinhas como você!

O que este pobre sujeito poderia fazer além de disparar um olhar e um sorriso sacanas e beijar a bela moça?

Saudações canalhas e cafajestes

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Como certos homens podem ser (são) escrotos

Este escriba se encontrava em seu bar favorito da Rua Angústia e de todo o Centro de São Paulo, para lá rumou com um de seus mais habituais parceiros de cafajestadas e um dos principais colaboradores desta tranqueira. A noite estava divertida e promissora: local cheio, várias possibilidades se apresentavam, vários amigos e conhecidos(alguns amigos de longa data, que não via há tempos), lá estavam, todos nós ali reunidos por um muito bem-vindo acaso. Uma ótima dupla  - já conhecidos nossos de várias outras noites - se apresentava nos fundos do bar, um guitarrista de muito talento, verdadeira discoteca ambulante do rock e do blues, e uma garota que detona nos vocais rasgados e emocionantes. 
A noite avançava, as músicas se sucediam, garrafas e mais garrafas eram esvaziadas, olhares entre homens e mulheres eram trocados, por vezes algumas palavras também, como um momento constrangedor em que uma bela loira há alguns metros de distância de nossa mesa apontou para mim, sorriu e fez sinal para me aproximar, para espanto meu... e do cara que a acompanhava e a tinha enlaçada pela cintura. Me aproximei, desconfiado e a moça desandou a falar, as palavras meio pastosas por causa da muita bebida que já tinha consumido, perguntando como eu estava, se tinha curtido o nosso último 'rolê no cemitério' (!!!), como se fôssemos velhos conhecidos. Eu e seu acompanhante nos encaramos, perplexos; me expliquei e me desvencilhei da criatura o mais rápido possível, ao deixar claro que não a conhecia.
Bem, finda a narrativa paralela, de volta à principal. 
A cantora era uma das garotas que estava em nossa grande roda de pessoas. Em um dos intervalos da cantoria anunciou, entre olhares para a porta e idas rápidas à calçada, que estava preocupada, pois uma amiga anunciara que estava chegando há mais de hora e como seria fraca para a bebida e dada a exageros, ela estava bastante aflita com o estado e paradeiro da amiga.
Pois eis que a mocinha surge em meio ao turbilhão de gente da noite de sexta-feira, bêbada, claro. Nossa amiga não demorou a mantê-la perto de si e tentar cuidar dela. Mas a  escrotice masculina nunca descansa, caros leitores. Ocorre que esse bar em questão, por ser um dos melhores e mais populares de toda a Rua Angústia, atrai todo tipo possível do bestiário que é a atual humanidade, incluindo idiotas, burros incuráveis e seres desprezíveis de todo tipo. E um deles revelou toda a magnificência de sua baixeza  nessa noite, um tipo que por sempre estar por lá é conhecido de toda a nata dos frequentadores do bar, ele sempre procura estar próximo da 'elite' do lugar, na qual me incluo(quem afirmou eu ser da elite do bar foi o dono do estabelecimento). Esse sujeito nunca enverga roupas exatamente novas ou limpas, sempre, sempre está de bermuda e tênis, sua pele aparenta estar eternamente coberta de suor, sua má forma física é evidente; em suma, um cara seboso, meio repelente e que exala, no olhar e modos, uma carência sexual tremenda, o popular 'não come ninguém faz muito tempo'.
Então, adivinhem o que ele fez, ao se achegar a nossa turma e ver o estado da menina embriagada? Aproveitou um momento em que ela era deixada pela nossa amiga vocalista, que voltou ao palquinho para um novo set da apresentação, e, como já conhecia a desafortunada garota, se aproximou todo calmo e solícito, primeiro fingindo genuínas atenção e preocupação, mas logo descambando para tentativas débeis e infantis de conseguir um contato, digamos, mais próximo e íntimo. A moça se defendia da melhor forma que podia, bastante incomodada, mas a cena não durou muito, por uma simples razão, caros leitores: todos nós homens já fomos baixos e babacas algumas ou várias vezes, mas certos comportamentos, para vários de nós são inaceitáveis, não são babaquices juvenis, são falta de caráter e civilidade pura, não os praticamos e não ficamos calados ou imóveis ao ver tais coisas: eu e meu amigo logo nos metemos na coisa, apanhei uma garrafa de água,  empurramos a menina para a porta sob o pretexto de ela respirar ar mais fresco e se hidratar. E o escrotinho tentando segui-la, meio trôpego,com um olhar que misturava expressão de animal no cio com criança inconformada por ter seu brinquedo tirado dela.      
Pouco depois, a amiga cantora junta-se a nós e a leva de volta ao interior do bar, onde o sujeito tenta retomar as investidas!!! A amiga-cantora a leva para outro canto e tenta fazê-la descansar um pouco, o escroto ao lado. Mais um de meus amigo presencia a cena, junta-se a nós e então os três se aproximamos do tipinho e sem meias palavras avisamos que se ele não parasse com aquilo, 'a coisa pesaria para ele'. 
O fim da história? Bem, caros leitores, eu logo depois tive de me retirar, devido a compromissos com horário certo no dia seguinte, que não tardava a surgir no céu poluído e cortado por prédios do Centro. Meus amigos permaneceram mais um tanto, mas o escrotinho seboso desapareceu em um instante sem deixar rastro, como rato de esgoto que é.    
Esse longo e admito meio cansativo relato foi urdido apenas para demonstrar, caros leitores, que nem todo homem é um ser vil e desprezível pronto a se aproveitar, da forma mais baixa possível, de uma mulher. Muitos de nós também sabemos ser e somos decentes e honrados com as mulheres, principalmente as que precisam de ajuda, nos labirintos feéricos da noite.

Saudações canalhas e cafajestes