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terça-feira, 6 de março de 2018

O universo pune(e a punição não tarda e não falha)

Este escriba e um de seus parceiros mais contumazes de cafajestadas noturnas estão no seu favorito e já tradicional bar na Rua Angústia, aquele que é um dos últimos bastiões do rock na fervilhante e decadente rua, já tantas vezes aqui citado. A noite avança,  eles vigiam o movimento frenético, gigantesco, da rua e do próprio bar(pois é nada menos que uma das noites do carnaval, evento que eles, roqueiros irredutíveis que são, detestam, obviamente).  Nenhuma das moças que vão e vem, entram e saem parecem dispostas a entabular conversa com dois sujeitos vestidos de pretos e ar de quem não aprecia em nada a fuzarca que domina a cidade e a região central. 
Mas eis que duas moças, de um estilo bastante próximo ao deles, adentram o bar, sentam-se lá nos fundos e se põem a beber e tagarelar. Logo este escriba dirige alguns olhares rápidos e furtivos às moças, que ora parecem corresponder, ora parecem estar a assistir ao programa de tv projetado na tela que cobre uma das paredes do bar, programa que se trata, por um incompreensível arroubo dos donos do bar, de um desfile de escola de samba(!!!!), felizmente sem som.  
A troca de olhares, sempre ligeira, dissimulada, nada explícita, prossegue. E os dois velhacos, talvez desestimulados pelo aparente interesse das moçoilas em alegorias carnavalescas, batuques e quetais, não se animam a dar um passo mais ousado, supondo que receberão uma negativa tão colorida quanto as imagens que desfilam na tela... Sim, caros leitores, AlexB e seu camarada de armas foram dominados pela dúvida, a incerteza e nelas permaneceram.
Por fim, as duas moças se levantam, pagam sua conta e rumam para a porta. E uma delas para, e olha para os dois paspalhos, dispara um aberto, franco e convidativo sorriso e parte noite afora. E os dois parvos se entreolham, trocam palavras de autodepreciação e autocomiseração, até que decidem agir, ao menos um tanto, como homens de verdade: levantam-se e partem em busca das duas damas, que claro, já desapareceram, tragadas pela noite e pela multidão que infesta as calçadas naquela madrugada quente.    
Enfurecidos consigo mesmos, pedem a próxima bebida e antes mesmo de entornarem o primeiro copo dessa rodada uma criaturinha enlouquecedora surge do fundo da noite, uma mocinha de não mais de dezenove anos, vestida em trajes vaporosos(leia-se, sumários), linda, fresca, deslumbrante. Ela se dirige a eles e faz uma pergunta que os desconcerta(algo fácil, dado o estupor em que estavam): pergunta, pura e simplesmente, onde conseguir  certas substâncias ilícitas para animar a noite ou se eles dispõem destas. Este escriba responde, com palavras um tanto tolas e balbuciadas, que não possuem os 'doces' por ela buscados. A garota faz um muxoxo de desprezo e parte de volta para a noite. E este escriba salta atrás dela, decidido a não vacilar uma segunda vez em uma mesma noite, e ele alcança a mocinha e a chama, para tentar retomar a conversa; e ela o rejeita com a veemência que somente as mocinhas de dezenove anos arrogantes devido a sua beleza e poder possuem e sabem usar. 
E assim, AlexB retorna à mesa onde seu parceiro de noitadas o aguardava. Após o curto e lacônico relato, seu companheiro de armas, com sua sabedoria de sempre, sentencia:
- É, o universo pune, e rápido. Ele, o acaso, nos deu a chance de chegar junto daquelas duas belezinhas e não aproveitamos. Daí, ele nos puniu com essa doida...

Nada mais a declarar, 

Saudações canalhas e cafajestes 

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