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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Atualização de postagem - mais um acréscimo ao bestiário que grassa pelo Centro

Há algum tempo, pouco antes do meio do ano, fiz uma postagem sobre as assombrações de carne e osso, muito vivas, habitantes deste plano, que pululam e aterrorizam o centro de São Paulo( não tive paciência em achá-la com exatidão nas quase quarenta postagens do ano, que os estimados leitores me perdoem; estou - estamos todos - naquele momento do ano em que absolutamente nada de mais queremos fazer, me encontro de pernas para o ar, dedicando-me com afinco tão somente a multiplicar as dimensões da pilha de latas e garrafas de cerveja que estão a infestar minha sala/escritório/biblioteca/e outras coisas mais que não vêm ao caso).
Bem, após meses e meses distante do mais notório ponto do Centrão em que a nata dos "from hell" e outros tipos mais, nos quais me incluo com orgulho e louvor, se reúne,  distante por poucos e bons motivos, resolvi visitar o antro, sequioso pela sua atmosfera de decadência, seu ar de encrenca latente, e também sequioso pela descontração e juvenália que lá também se encontram em altas doses. Assim, convoquei um comparsa, tão antigo e notório no antro como este escriba, para lá nos encontrarmos, no início da noite. 
Mal cheguei, e o divisei a uma certa distância, postado na calçada do bar mais próximo do quartel general da esbórnia, cerveja na mão, conversando com um casal a mim desconhecido. Aproximei-me, cumprimentei meu amigo e companheiro de tantas noitadas e prezepadas e apresentei minha pessoa aos dois. A garota, uma tipinha gorducha, feia, mulambenta - calçava chinelos de borracha em um local em que a esmagadora maioria das garotas capricha nos sapatos, sabedoras de que nós homens apreciamos estilo e elegância, seja a mulher roqueira, recatada, patricinha, puta... logo se dirigiu a ambos como se fosse uma velha amiga, em termos para lá de chulos e insultuosos, a ponto de me espantar. Para se exato, o que espantou a todos nós foi a verborragia da sujeita. Era uma dessas pessoas que fala, fala, fala, de uma necessidade febril de ser o centro das atenções e claro, seu discurso se resumia a contar vantagem por cima de vantagem sobre sua vida sexual, afirmando ser uma predadora daquelas. Nada demorou e a criatura deixou claro pelo que ansiava: ter um intercurso íntimo com nós três, o mais breve possível. 
Caríssimos leitores, nós os três homens, rodados e calejados, nos encaramos e no rápido olhar que disparamos uns aos outros, deixamos claríssimo nosso julgamento à proposta e o que pretendíamos fazer. 
A partir daqui, não entrarei em maiores detalhes, pois se o fizesse, nada acrescentaria além do relato de um tedioso vai-e-vem de fugir da figura: ir ao bar-antro pegar uma cerveja, lá se demorar  nas mesas internas e ser pilhado mais uma vez pela pequena anta (tanto nas idéias quanto na massa corporal); inventar uma história de amigo bêbado e ferido nas proximidades necessitado de ajuda para sumir por uma meia hora, torcendo para que ela se apercebesse da nossa falta de interesse;  nos misturarmos a uma roda de conhecidos e ignorá-la na cara dura; e por fim, desesperados diante do desespero da mamífera amebóide em nos assediar, a ponto de dispensar um pretendente(louco?!) apenas para continuar nos cercando, chegamos ao cúmulo de dizer que eramos absolutamente fieis a nossas namoradas e jamais as trairíamos, ainda mais com uma desconhecida (sim, AlexB teve de contar uma cascata dessas, para se livrar de um verdadeira container sem alça!!!Vejam a que ponto o ser humano pode se rebaixar! Mentir que é fiel para se livrar de uma encrenca da grossa!!). 
Após essa "revelação", a pequena anta deu-se por vencida, o desânimo e o sentimento amargo de rejeição dominaram seu já nada apetecível rosto, afirmou que entendia e nos respeitava, deu um 'parabéns' chocho por nossa retidão de caráter(ha ha ha ha ha ha!!!) e se afastou. Fomos para um canto, ela para outro. Mas claro, ela não resistiu a passar por nós mais duas vezes e cuspir palavrinhas inócuas de desdém. 
Pouco mais tarde, encontramos  a pouco metros de distância do desfecho da nossa fuga mais dois amigos, canalhas calejados como nós; como o antro e sua "filial" já iniciavam o processo de cerrar portas, debatemos onde dar seguimento à noitada. Fui voto vencido e o principal ponto de pegação, beberagem, confusão, brigas e idiotices noturnas do Centro de São Paulo, nos dias que correm, foi o escolhido pela maioria - óbvio que me refiro à totalmente decadente rua augusta (minúscula proposital).
Bem, lá fomos, mais beberagens, encontrar mais conhecidos, travar contato com o comportamento cada vez mais incompreensível e idiotizado das adolescente e pós-adolescentes. A noite parecia caminhar para um desfecho mais ameno, quando duas figuras femininas que também estavam no antro e também galgaram as ruas do centro como nós, quando aquele fechara, se juntaram à extensa roda em que estávamos; uma delas era nada menos que a mãe de uma das garotas presentes, e que por vezes comparece aos locais de movimentação noturna que a filha frequenta não para vigiá-la ou cuidar que a honra dela não seja desfeita, mas sim em busca de farra, diversão, rock´n´roll, bebida e sexo, não se importando se a "filhota" está por perto. Pois bem, conversa vai e vem, num dado momento essa criatura se achega a mim, me agarra e diz em alto em bom som que me "pegava" com toda a certeza e facilidade...
Lapso temporal e de eventos proposital (não, garanto que não 'peguei' a "mãe rock´n´roll" de minha conhecida) 
Por fim a noite findava e cada um de nós se despediu dos demais e se dirigiu ao refúgio de sua cama. Meu amigo com o qual começara a noite disparou essa pequena peróla, antes de entrar em um táxi: 
- Cara, confessa: você realizou algum exercício de magia negra para invocar demônios, antes de sair de casa e ir para o antro!! kkkkkkkkkkkkk
  
Caros leitores, encerro o relato por aqui, hão de convir que essa narrativa de terror e ridículo que mostra quão patético é o ser humano é um excelente encerramento para o ano de 2014 no Noites Cafajestes e Alguns Dias Canalhas.  Registro a promessa de iniciar 2015 no blog por meio de um texto ensaístico-filosófico de botequim sobre os sentidos e lições dos eventos acima mal narrados.

Saudações Canalhas e Cafajestes, um 2015 repleto de canalhices a todos

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Texto curto, fútil, inútil e transbordante de alegria e canalhice

Madame Satã Forever!!


P. S. : Nada mais a declarar

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Viva a canalhice!




Estava eu voltando do trabalho com um grande amigo, com o qual compartilho, além de opiniões, conversas e bebedeiras, esse mesmo local de labuta em que garantimos o pão de cada dia (ô termozinho besta!!) e divagávamos sobre o mulherio, munidos cada um de uma poderosa cerveja black IPA; num dado momento, foi citado um dos vários bares especializados em cervejas especiais que tomaram São Paulo de assalto, dos quais somos fãs e frequentadores e relatei que estive no citado local há bem poucos dias, com minha, hã, bem... com meu relacionamento oficial ao mundo, a mulher que declaro como minha, glup, ô palavra pesada... na...mo...ra...da. 
Meu amigo (infelizmente) casado e bom canalha que é, disparou:
" Também preciso arrumar uma namorada para ir lá!"

Será deveras necessário aos leitores explicar por que um sujeito casado precisa de uma namorada?

Saudações canalhas e cafajestes.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Postagem fútil, inútil mas hilária

A imagem mais ridícula com que topei no feisibuqui em muito tempo, postada, claro, por uma mulher que se julga poderosa, dona de si, moderna, admirável e que usa e abusa da porra da rede social para expor todos seus rancores para com a maldita (oh!) raça masculina.

 
P. S. : peço desculpas pelos graves e constrangedores erros de digitação, que percebi apenas há pouco... Devidamente corrigidos. 

sábado, 29 de novembro de 2014

O ministério da canalhice noturna adverte!

A advertência a seguir é dirigida a homens e mulheres, a todos os seres da espécie humana:

Nunca, jamais, em hipótese alguma, de jeito manerâ, nem fudendo, de modo algum caiam na burrada de uma transa de despedida, de uma última trepada antes da dissolução do relacionamento, do evento que marcará o fim da estupidez, antes de cada um seguir para o seu caminho, não entrem nessa de final e gloriosa produção de fluidos sexuais para que o amargor do fim seja suportável e lembrado como um evento mais agridoce que triste, para apagar a má impressão de que o relacionamento foi um desperdício.  Não!! Não façam isso!
Homens: não cedam à tentação de mais um aspergir de vossas gônadas,  que vossos sistemas lúbricos espalharão em vosso imbecil e primata corpo para tentar te dominar; Mulheres: abandonem essa prática ridícula e hedionda da "transa de despedida" (título de um contos do meu livro Noites Cafajestes e Alguns Dias Canalhas, inclusive), não se deixem dominar pela idiotice de sempre querer associar sexo a sentimento e poder (não necessariamente nessa ordem, que fique claro!), de usar vossas xotas para deixar alguma marca no idiota que está escapando da encrenca que você é, e deixem de alimentar a vã e pueril ilusão de que, graças a essa última trepada - e outras burrices que ele perpetrou - o sujeito pensará em você em breve e sempre, por exemplo enquanto a madrugada agoniza e a manhã "raia sangüínea e fresca" (quer saber quem é o autor dessa expressão? Vire-se! leia, para variar!), e ele contempla o amanhecer pela janela, a mais recente conquista sexual desse calhorda que ousou te abandonar dormindo em sua cama.  Quá quá quá!!!

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Eternal Night Feeling

Lay, lady, lay, lay across my big brass bed
Lay, lady, lay, lay across my big brass bed
Whatever colors you have in your mind
I'll show them to you and you'll see them shine.

Lay, lady, lay, lay across my big brass bed
Stay, lady, stay, stay with your man awhile
Until the break of day, let me see you make him smile
His clothes are dirty but his hands are clean
And you're the best thing that he's ever seen.

Stay, lady, stay, stay with your man awhile
Why wait any longer for the world to begin
You can have your cake and eat it too
Why wait any longer for the one you love
When he's standing in front of you.

Lay, lady, lay, lay across my big brass bed
Stay, lady, stay, stay while the night is still ahead
I long to see you in the morning light
I long to reach for you in the night
Stay, lady, stay, stay while the night is still ahead.

Por que as mulheres são tão céticas, erguem tantos obstáculos contra uma simples demonstração de que somos capazes, se inspirados a tal, de fazer o que os dois últimos versos da primeira estrofe desta maravilha expressam? Não importa se cedem ou não seus favores e companhia a nós, suas expectativas são tão baixas e seu ceticismo tão alto que não há mais possibilidade de beleza e poesia em um relacionamento, do mais "sério" ao mais fugaz. Triste tempo este... 

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Texto curto, fútil e inútil

Você é um banana? Um espécime típico do jovem moderno inculto, raso, incapaz de ler um livro inteiro ou de manter uma conversa linear com vivacidade e lógica?, idiotizado pelos badulaques eletrônicos e redes sociais que assolam a inteligência humana? Ou é um tipinho meio gói, abicholado de barbinha, sempre com amiguinhas tão imbecis quanto você,  juntas formam a corja  que tomou de assalto até os porões  mais escuros da noite paulistana? Babaca, eis a sua bebida, o combustível que te energiza nas suas incursões notívagas Saúde! Pois sua mente já era...


P. S.: Textos mais densos e longos em breve, para apagar a má impressão deixada por essa coisa horrenda acima.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - XLIV

"Chega um momento na vida do homem em que ele tem de escolher: ou vive, ou toma juízo. "

Este escriba, ébrio, ao final de uma bela noitada, a manhã despontando entre os prédios da Avenida São Luiz e Praça Dom José Gaspar, enquanto empanturrava-se no Estadão.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O fim do bolão

Os cinco ou seis leitores desta tranqueira certamente lembram-se de uma postagem datada do fim de julho, em que relato o caso de uma pessoa bastante próxima de um grande amigo, da patuscada 
que essa pessoa armava para si mesma, e da bolsa de apostas que parentes e conhecidos seus montaram, em que apostavam a medida temporal que essa patuscada duraria; pois muito bem. Comunico, com um sabor de divertimento, devo admitir, que o bolão se encerrou antes mesmo de correr, pois a pessoa em questão caiu em si e simplesmente arregou! É, acusar um homem de canalha, dizer que vai embora é fácil. Agora, faça!
P. S. : o caro leitor estaria interessado em adquirir alguns móveis? (Cama de solteiro, guarda-roupa, criado mudo, etc). Não, não são meus os bens à venda, obviamente.

Saudações canalhas e cafajestes.  

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Aviso aos navegantes nos mares noturnos dos fluidos que emanam das vulvas

O Ministério da saúde adverte: Dar qualquer importância, por infinitesimal que seja, aos desatinos, loucuras, destrambrelhos,  agressões, manhas , etc, provindas de uma fêmea, e que tenham um homem (você) como alvo, causa súbitas e intensas crises de gastrite aguda, daquelas de fazer o sujeito se contorcer no sofá tal como uma lagartixa esquizofrênica em pleno ataque.

domingo, 12 de outubro de 2014

Aprendam com os mestres!!

Há poucos dias, durante uma pausa de nossas incursões noturnas, sentados em um bar na Rua 13 de Maio, degustando cervejas e saboreando a seleção musical do tocador de mp3 da casa, estávamos eu e um amigo, entre outros temas, debatendo mulheres, nossos mais recentes sucessos e fracassos na seara feminina, relembramos mulheres que passaram em nossas respectivas vidas - algumas foram celebradas, outras tratadas como anátemas - entremeando as divagações filosóficas sobre o mulherio com apreciações sobre os rocks que enchiam o ambiente. Em dado momento os temas mulher e música se cruzaram e passamos a enumerar, um para o outro, músicas que usamos durante nossa vida fornicadora afora para conquistar dama que pareciam inatingíveis, canções que, acompanhadas de certas palavras, bem escolhidas e pronunciadas, "abriram os lábios de cinábrio" dessas beldades (Não, não explicarei o significado desse belíssimo verso, sequer indicar quem é o autor, trate de procurar, e de preferência, após fuçar no google, arranje e leia uma coletânea do autor e aprenda como usar o idioma para levar mulheres para a cama!).
Eis que meu amigo, consideravelmente mais jovem que eu, me revelou uma combinação de duas canções que nunca me ocorreram, e que segundo ele, já lhe garantiram acesso irrestrito a todas as curvas, meandros e cavidades de pelo menos duas garotas! E o que há de mais nessa indicação? Ocorre, caros leitores, que nunca fui fã, sequer simples ouvinte do grupo em questão, nunca tive apreço ou paciência com os norte-americanos do Kiss, mas a combinação, tive de admitir, é genial, e pretendo usá-la assim que possível. Seguem os dois clássicos e mais um comentário final, após os vídeos: 

      
A tática infalível do meu companheiro etílico e de canalhices: aciona a primeira música, um hardão daqueles, dizendo à vítima (digo, dama) que "expressa o que você (a garota) me provoca, me faz sentir"; a seguir, ele dispara a segunda, uma balada melosa grudenta de elevadíssimo poder de amolecimento, e dispara que esta define "o que você significará na minha vida". É ou não uma tática de mestre? Ponham-na em execução, o mais rápido possível, caros leitores!

 Saudações canalhas e cafajestes

sábado, 4 de outubro de 2014

domingo, 28 de setembro de 2014

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - XLIII

"De fato, a única mulher da qual um homem poderá ouvir, em toda sua vida, a frase 'odeio quando você tem razão', é de uma filha. De esposa, namorada, amante, caso? Nunca, esqueça!"

Dois amigos canalhas, durante uma noitada etílica, ao comentar o pequeno causo que ocorreu a um outro meu amigo (o qual eles não conhecem). Este último simplesmente incutiu confiança na filha de pouco menos de dez anos  a andar de bicicleta sem o apoio das famigeradas rodinhas... Ela negou, estrilou, disse que não era capaz e ele insistiu até ela tentar, e claro, conseguir sem grandes tombos. Após  a alegria da conquista e cobrir o pai de afagos a menina disparou a frase acima, a partir da qual meus outros dois amigos forjaram essa jóia de sabedoria.

Saudações canalhas e cafajestes

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Pensata

" Você não se separa, vira homem liberto: casamento é escravidão."

José Ramos Tinhorão, musicólogo, pesquisador, intelectual marxista e, claro, grande homem, definindo o que é se livrar do matrimônio (que rima com manicômio, repararam?)

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

As brincadeiras que o acaso arquiteta



Fim de tarde de domingo, o sujeito adentra um supermercado na zona oeste da cidade, lá pelos lados da USP, acompanhando uma dama que causa nele frêmitos e suspiros de lobo no cio, dama sabedora dessas reações, que brinca com isso e, todos os sinais indicam, está prestes a "ceder seus favores a ele" (essa expressão é ótima). Ambos entraram no ilustre centro comercial em busca de vinho e alguns pertences para um jantarzinho a dois que a moça sugeriu no recôndito de seu elegante e discreto lar. Claro que o sujeito topou, certo de que a comilança evoluiria para outras atividades mais, digamos, mais físicas, carnais.
Bebida e ingredientes na cesta, a fila menos gigantesca é escolhida e lá estão os dois pombinhos ansiosos para alcançarem a alcova e se embriagarem de vinho e prazer. Eis que o canalha que vos escreve sente algo estranho, uma sensação incômoda, nada boa, vinda de algum plano interior ignoto da sabedoria insconciente glandular da raça masculina (pode resumir a baboseira anterior em intuição masculina, se preferir, e acreditar que isso existe, caro leitor). Ele gira a cabeça em um movimento lento e inseguro, temendo o que encontrará... e vê, dois caixas adiante, ajeitando apressada na esteira rolante os itens que atulham um carrinho de compras, a mulher que foi sua paixão mal-resolvida mais sofrida, duradoura, infeliz, desgraçada, patética, inspiradora de noites e noites de bebedeiras amargas pelo centro afora, maldita... a lista de epítetos não teria fim, se deixasse as más lembranças me dominar.  Lá está ela, a mulher manipuladora que causou um estrago insondável neste sujeitinho calejado. Quase nada envelheceu, cabelos um tanto curtos demais para minha preferência, corpo até que em forma. O olhar continua firme, meio duro, as roupas é que eram casuais até demais para uma ida ao supermercado mais próximo num fim de tarde.
O sujeitinho permanece estático por um instante, até lembrar que está acompanhado de outra mulher muito mais jovem e interessante que aquela, põe as compras na sacola, paga e não resiste a uma nova olhada, claro. Dessa vez os olhares dele e da fria manipuladora se encontram, ele aguenta o confronto um único segundo, então a razão clama para ele se desvencilhar dela, antes que esse encontro infausto ferre seus planos sexuais para mais tarde. Antes de voltar-se de uma vez para sua acompanhante, não consegue deixar de balbuciar o nome da infeliz, no que a sua companhia dispara:
- Você disse algo?
Ele responde, com voz inaudível, que apenas estava cantarolando um heavy metal qualquer, pega-a pelo braço, pára o primeiro táxi e ruma para sua felicidade noturna transitória.

Bem, vejamos, caro leitor que acompanhou essa ladainha barata até essa linha: bastaria termos visitado o mercado meros cinco minutos antes ou depois do horário em que isso ocorreu; o sujeitinho não ter querido bancar o legal e ao invés de aceitar a primeira sugestão da moça, na seção de vinhos,  ter debatido um tantinho que fosse outras opções de bebida; serem menos seletivos e entrarem em qualquer fila; ele ser um pouco mais sem noção que o habitual e sugerir que acompanhassem o final do jogo de futebol na churrascaria próxima, enquanto viravam copos de chope, antes de irem às compras; um reservatório de combustível de um satélite espião russo qualquer perdido na estratosfera arremeter contra o solo nas cercanias e causar uma confusão e pânico dos diabos; enfim, bastaria um único evento de uma infinidade de possibilidades se concretizar para ele ser poupado daquilo. Mas não, lá vem o acaso para tentar estragar a  já e sempre conturbada vida amorosa e sexual do cafajeste. Por sorte, foi apenas uma brincadeira dessa força incompreensível, cega e cruel, que em nada perceptível prejudicou o encontro.

PS: se querem saber um pouco mais dessa dama, e de sua importância para este blog e para o livro Noites Cafajestes e Alguns Dias Canalhas, sugiro que procurem a segunda (e até o momento última) postagem da série As musas desses dias e noites, publicada em dezembro de 2010, em meados do referido mês.      

Saudações Canalhas e Cafajestes

sábado, 6 de setembro de 2014

A morte (mais uma) da Augusta

Essa postagem sem dúvida terá um ar de retomada ou paráfrase da série Sobre a Impermanência das Coisas do Mundo, publicada há poucos meses, e a hipótese faz sentido em dado aspecto: os cenários dessa série se situam, quase todos, na tal rua capital da devassidão de São Paulo - não caros leitores, não concordo com esse rótulo idiota, típico de jovenzinho idiota de classe média metido a "radical" e "moderno"; A devassidão verdadeira é sorrateira, insinuante, e quando se percebe domina pessoas e lugares sem  precisar que sejam apropriados ou especiais para isso; não, tapadinhos que precisam de um cenário "foda" para sentirem algo, a luxúria, a lubricidade, a putanhagem, a devassidão, se preferirem o termo, é uma força maior e mais antiga que nós patéticos humanos e não precisa que erijamos um altar ou local especial para suas manifestações. Ah, a velha e eterna presunção dos homens.
Do que tratávamos mesmo?
O que se passa, célere e pesado, um vagalhão imenso que parece se mover e não se mover, simultaneamente, pois é um movimento de idiotas rua afora que parece não ter fim, uma massa que sempre se move e sempre se renova de jovens idiotas, é que a rua Augusta vive mais uma de suas crises. Não de público ou de dinheiro circulando (certamente esses dois elementos estão aos borbotões, veja-se o movimento, o barulho que vaza da ilustre rua para as vizinhanças em qualquer dia da semana). A crise é de inteligência, de pessoas interessantes com quem conversar e passar as horas noturnas quando o que se busca é isso mesmo: uma boa conversa, um pouco de iluminação que revele os limites e estupidez do interlocutor e o ajude a crescer um pouco, em termos mentais, buscam-se seres que renovem o natimorto interesse de um misantropo pessimista como este que vos escreve pela rastejante humanidade. Pois o fato, caros leitores, é que a rua foi tomada por hordas e mais hordas de idiotas, tapados, semi-analfabetos, daltônicos culturais (obrigado pelo termo, grande amigo Chuck!), tipinhos sem noção em geral, uma turba de gente que parece nunca ter lido um único bom livro em toda sua vidinha medíocre, que nunca refletiu sobre si e o mundo ao redor, cujo único alimento(?) para suas mentes(?) defuntas é o maldito celular com conexão 3, 4 ou 25G , o caralho que seja, do qual jamais desgrudam, que é absolutamente incapaz de entabular uma conversa viva e linear; para completar a trama macabra - afirmo isso há anos: o mal está à solta em São Paulo e não se manifesta na forma de seres sobrenaturais! - vários desses idiotas pertencem às mais novas tribos urbanas que vicejam nas noites paulistanas, como os patéticos 'góis' , além de um sem-fim de  filhinhos e filhinhas de papai bem arrumados que estudam felizes numa faculdade particular de grife, paga pelo papai, claro!, e outros inclassificáveis de tão baixos e sem personalidade.
Sem dúvida alguém pensará: Alex B, um velhaco rodado como você espera encontrar inteligência nu lugar tão degradado? Sim, espero e até há pouco encontrava; o pensamento autêntico sempre foi raro nesse logradouro, mas era encontrado após alguma garimpagem e refino de escória; nela passei bons e ótimos momentos e entabulei por horas grandes e memoráveis papos. Ocorre  é que a raridade desses momentos e de pessoas sapientes atingiu um píncaro excruciante. Talvez parte desse sentimento hipertrofiado deva ser atribuído apenas a mim, que por algumas razões que sequer merecem ser nesta tranqueira comentadas, tão comezinhas  e bestas são, me joguei em excesso na Augusta nos últimos tempos, me esquecendo um tanto que há (muita) vida longe  dela. 
A decisão: bem longe dela ando ultimamente, sabe-se lá por quanto tempo.

P. S. 1: sim, gastei parte do meu vocabulário neste texto; como uma forma de protesto/contraposição à indigência cultural e linguística dos seres retratados na postagem, abusei o quanto pude de termos cultos ou eruditos;
P.S. 2: não pretendo e não me alongarei, recuso a me explicar longamente quando porventura sôo ofensivo às minorias, quando pareço " politicamente incorreto" - na verdade aprecio ser ofensivo, como bem sabem; mas minha referência jocosa aos tais 'gói' recebe alguma explicação:
Não sou contra gays, não sou homofóbico, tenho conhecido e amigos homossexuais, viados e lésbicas  (mesmo!), mas essas bichinhas  merecem ser zoadas e muito, pois a autodefinição delas é um perfeito retrato da idiotice e "pensamento" raso que tomou o  mundo: quer dizer que beijar, alisar, chupar, etc outro homem não faz do sujeito viado? Se apenas  não dá a bundinha, então não é bicha, é um ser moderno fluido e indefinível, "antenado" a seu tempo? Quá quá quá: cara, vocês são viados! 
Podem me acusar do que for, à vontade. Eu sei o que sou e estou satisfeito com isso, ao contrário dessas bonecas...

Saudações canalhas e cafajestes            

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Por quê, por quê, por quê?

Os caros leitores certamente desferirão a resposta para minha indignada indagação sem dificuldades: ora, porque as mulheres são irracionais, principalmente quando estão enfurecidas com seu homem, marido, amante, paspalho ou o que quer que ele seja na vida neurótica dela.
Mas, afinal, sobre o que o caro Alex B vocifera, desta feita?
O que me exaspera é um costume feminino que se manifesta em qualquer exemplar do belo sexo, uma prática que sempre me irritou deveras, e que não prefere idade, cor, altura, beleza, formação cultural: as domina sem distinção, o que importa é nos irritar, pôr nós homens quase doidos, é claro!
Refiro-me nada mais nada menos à mania feminina de arredondar e distorcer extensões, minutos, distâncias, valores, tamanhos, qualquer maldita coisa da experiência humana que pode ser medida em números. As  mulheres, se estiverem irritadas, indispostas, "tmpizadas", coléricas, possessas, distorcem absolutamente toda e qualquer coisa que fazemos ou deixamos de fazer, que pode ser mensurada, apenas para mostrarem o quanto podem ser irracionais ou o quanto podem nos deixar irracionais.
O sujeito se atrasa quinze minutos, não importa porque, se a deixou esperando na porta do cinema ou chegou à casa dela atrasado esse tanto, ela não vacila em disparar, durante a discussão, que você a largou plantada " uma hora", que ela te esperou por " uma hora", 21:15 h viram 22:00 h e aí de você se retrucar que 15 minutos não são 45...
O otário estimou que determinado item, produto, serviço, a porra que for, custaria umas tantas dezenas de reais e ao fim a conta saiu por no máximo dez pilas a menos? Unha de fome, muquirana, não quer gastar dinheiro com ela, só com as "vagabundas"!!!
Disposta a brigar e foder com um relacionamento já bastante fodido ela encontra na casa do canalha alguns apetrechos de produção caseira de bebidas e produto alimentícios e se põe a criticar aquela "bagunça no meio do caminho, no meio da cozinha" (os itens estavam acomodados ao lado da geladeira, encostados na parede, muito longe da passagem de qualquer transeunte...)
Eis o porquê para o qual se busca resposta no título desta postagem. E já tenho uma explicação de canalha, formulada em parte pelas cervejas e pingas que aguçam a destroçada mente deste tipinho enquanto ele digita essas pessimamente traçadas: caros leitores, na verdade isso não é irracionalidade das mulheres. Uma observação superficial e pouco acurada diria que é insanidade afirmar que um atraso de 10, 15 minutos é um  atraso de uma hora e um desrespeito, que um jantar de R$ 240, 00  e não de R$ 250,00 é considerá-la uma biscate qualquer indigna de que ele gaste todo seu dinheiro com ela, que duas peças na pia da cozinha, não lavadas, são "entrulhar a cozinha de sujeira e baratas".
Não, estapafurdices como essas são muito bem pensadas e calculadas! Afirmá-las com estudados drama e convicção é um meio para levar à irracionalidade, para exasperar nós homens. Trouxas somos nós de darmos trela a esse baixo golpe.  Para este idiota que vos escreve, bastou. E tenho dito.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Texto curto, fútil, inútil e irado

E pela terceira vez desde que esta tranqueira foi criada o contador de visitas some misteriosamente, sem explicações ou pistas de natureza alguma, número de acessos vira algo tão sólido quanto um sonho,  e o paspalho que vos escreve perde um tempo incomensurável tentando resgatá-lo de algum limbo informático. E ainda há quem diga que os sistemas eletrônicos, a inteligência artificial, subjugarão e destruirão a humanidade... 

Saudações emputecidas

sábado, 9 de agosto de 2014

Texto curto, mas nada fútil ou inútil

Uma velha e imperecível verdade que deve ser sempre entoada: 
As loiras são as melhores! Seu beijo é mais quente, a expressão de vadia querendo mais, durante o sexo, é enlouquecedora, sua beleza e sensualidade não precisam ser mais exaltadas, e como escreveu o mestre Bukowski, até o cheiro delas é diferente do das outras mulheres. Tudo nelas, portanto, é mais intenso, faz delas verdadeiras deusas, inclusive o dom de fazer o máximo de bem e o extremo de mal a um mesmo homem em um minúsculo lapso de tempo.
E nada mais precisa ser escrito neste textinho.

Saudações canalhas e cafajestes

terça-feira, 29 de julho de 2014

Apostas canalhas - quem levará o prêmio?

Um grande amigo, colaborador frequente deste blog, contou-me sobre a situação vivida por um parente seu, que está insistindo em levar adiante um projeto que, tudo e todos apontam, redundará em claro fracasso e obrigará essa pessoa a retornar a sua condição inicial, quiçá em situação mais sufocante e triste que a anterior. O desastre é tão certo que os parentes já especulam quantos poucos meses se passarão até que o inevitável aconteça. Em respeito a essa pessoa, querida e importante na vida de meu amigo, obviamente preocupado com a sorte dela, não darei mais detalhes. 
Ocorre, caros leitores, que durante o relato de meu amigo sobre o assunto,  não deixamos de lado piadas e desconsiderações sobre o assunto, claro! E entre as reflexões e brincadeiras lembrei-me de algo que merece ser eternizado aqui na tranqueira. 
Quando terminei um de meus relacionamentos estáveis (sim, eu já pratiquei isso. Ninguém é perfeito...), o mais problemático, enlouquecedor e violento de todos, registre-se, a então recém-convertida em ex-consorte bradou, como se uma maldição me impingisse: "você ainda vai voltar para mim!" Claro que gargalhei e parti sem olhar para trás. Tempos depois (poucos meses, na verdade), soube por conhecidos em comum que algumas amigas dela, por curiosa coincidência as mais loucas e surtadas, entre o bestiário do sexo feminino que compunha seu rol de fiéis amigas, diziam seguidamente que o canalha aqui logo logo se arrependeria e voltaria para o aconchego de suas pernas, que poderia contar os dias tranquilamente, pois meu retorno era iminente!!! quá quá quá quá!!!!! Um número considerável de anos já se passou. Preciso informar se a previsão desse bando de bruacas se cumpriu? Lembro-me de ter lido numa parede do banheiro de um bar de rock do centro de São Paulo: "praga de puta não pega". Bem, faço uma adaptação desse  instantâneo de sabedoria: praga de mulher despeitada e infeliz também não!
Caros leitores, que homem minimamente são, saudável e bípede trocaria o retorno à liberdade, à boêmia, ao não ter de dar satisfação a ninguém sobre com quem e por onde andou, pelo retorno a uma situação degradante, humilhante e destruidora, que inclusive ameaçou a saúde do sujeito?
Foi isso o fim e ápice da conversa com meu amigo: imaginamos, entre risadas e goles de cerveja,  uma bolsa de apostas canalha em que se põe dinheiro nas opções que elencam quando será possível e provável um homem cometer tão mastondôntica burrada. 
Então, vamos lá! Façam suas apostas, as escolhas estão na mesa, então apontem, quando um homem livre e feliz retornará para a mulher que mais lhe fez mal? As possibilidades mais certeiras, de maior chance de sucesso:
1) Quando a próxima era geológica, seguinte a esta, se encerrar? - paga 20 para 1
2) Quando a evolução dotar as rãs de asas? - paga 30 para 1
3) Quando os continentes da Terra se reunirem mais uma vez e assim renascer a Pangéia? - paga 40 para 1
4) Quando as mulheres comuns e medíocres deixarem de pregar fidelidade e deixarem de atormentar os homens? - paga 5000 para 1

Aguardamos seus palpites!

Saudações canalhas e cafajestes  

terça-feira, 15 de julho de 2014

Pérola (não mais) escondida

Filme experimental e radical, feito por Jairo Ferreira, um artista de verdade - ousado, criativo e radical - o Vampiro da Cinemateca, de 1977, ostenta uma cena de grande beleza e precisão sobre São Paulo ( cenário de praticamente o longa todo, informe-se). O filme encontra-se no youtube, completo. A cena em questão encontra-se nos 26: 21 m. Mas claro, assista ao filme na íntegra.



segunda-feira, 7 de julho de 2014

Um bom lugar para um otário perder seu celular

Nada a narrar, refletir ou declarar além de que a sequência de postagens Sobre a impermanência das coisas do mundo pode e deve ser considerada encerrada por meio deste pequeno texto, que o promissor porão que prometia novas oportunidades de prazeres noturnos está riscado do mapa cafajéstico-sexual deste tipo por várias eras, pelo menos, e que a capacidade das mulheres jovens, na flor da idade, se aproveitar de nós homens idiotas é eterna e também sempre se renova. E nada mais é preciso ser escrito, correto?

Saudações noturnas, etílicas e rebaixadas

segunda-feira, 23 de junho de 2014

A escuridão da noite, o mal que dela emana e o terror que causam

O que pode paralisar, esmagar, aterrorizar até a mais profunda  e diminuta fibra do ser um velhaco rodado, notório e cheio de pose e segurança, sempre sequioso por mais e mais mulheres e aventuras noturnas, a ponto de fazê-lo voltar a ser um garoto assustado? Simples, caros leitores, uma criatura obesa, destrambelhada, atirada, sem sutileza ou graça, uma verdadeira monstruosidade saída das páginas de um hipotético bestiário de monstruosidades encarnados em seres do sexo feminino, louca, sedenta, desesperada por qualquer homem que satisfaça suas carências e pulsões, disposta até a tentar levá-lo pelos ares como um boneco.
A noite de São Paulo é habitada por muitos seres das trevas, verdadeiros agentes do  mal, e boa parte deles, caros leitores, são seres que de sobrenatural nada possuem, ao contrário, são seres deste mundo, muito vivos e carnais...

Saudações canalhas e cafajestes, trêmulas, a todos

domingo, 15 de junho de 2014

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - XLII

"Mulher não admite ser trocada pela liberdade, que o cara a abandone para ser simples e totalmente livre, isso é pior que ser trocada por outra."

Frase do mais antigo e maior amigo cafajeste colaborador deste blog, disparada durante a madrugada em  nosso antro favorito, em que mais praticamos canalhices nos últimos vinte anos, pérola de sabedoria que formulou ao discutirmos a situação de um amigo comum, até hoje atormentado pela megera da ex.
 

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Os poderes da psicossomatização

Estava este escriba em seu refúgio, dedicado a um de seus emocionantes trabalhos de produção de textos comerciais-institucionais, empreitada deveras sacal, mas que garante parte considerável dos rendimentos que sustentam sua vidinha hedonista. Como milhões de outras pessoas, sou muito afeito a ouvir música enquanto executo trabalhos no recôndito do lar. Pois bem, nessa ocasião pinçei um disco da minha seção de música erudita e me deleitava com a arte do mestre Mendelssohn quando de súbito fui tomado por um mal-estar, uma sensação de desconforto percorreu minhas entranhas e senti como se minha espinha fosse tracionada, deixando meu corpo rijo e dolorido. Permaneci nesse estado por alguns segundos até identificar a fonte mística de onde partia a emanação maligna que me subjugara. Sim, era a música do grande compositor alemão, nada mais nada menos que a  marcha nupcial, opus 61, da sua versão musical dos Sonhos de uma Noite de Verão
Exato, caros leitores: a peça musical que tornou-se a trilha suprema daquela cerimônia horrenda de auto-imolação em dupla que é o casamento me causou uma verdadeira e sem exageros reação orgânica de asco, de nojo, de horror supremo.        
Após desligar o aparelho tocador de cds e ser tomado por uma onda de alívio, senti-me orgulhoso de mim, feliz com os efeitos de uma férrea disciplina: tantos anos odiando o casamento, pregando contra ele, o desfazendo - cheguei a ter alguns problemas, nada sérios felizmente, em minha vida social e profissional, tamanha minha ânsia de atacar essa instituição quando a mínima chance para isso se oferecia - produziram  efeito não apenas no meu espírito mas também em meu corpo, a ponto desse reagir de modo doloroso a um elemento associado ao enlace matrimonial. Sim, hoje posso afirmar cheio de si que o casamento me faz realmente mal!
E há quem duvide dos poderes da psicossomática...

Saudações canalhas e cafajestes

sábado, 24 de maio de 2014

O vaticínio se cumpriu (ou: parte IV de A impermanência das coisas do mundo)

Semanas se passaram, a expectativa crescia, alguns se afligiram, mas por fim o que foi vaticinado aqui nesta tranqueira foi consumado pelas forças cósmicas que regem a sagrada mundanidade da noite paulistana: um dos últimos antros da laia a qual este escriba pertence ressurgiu, com nova aparência, mas o mesmo espírito juvenil, inconsequente e alegre de antes. Esta noite passada foi a primeira de seu glorioso retorno e estive presente.
Algumas coisas, neste mundo inconstante, não permanecem sempre as mesmas, mas se renovam e continuam sua missão de espalhar caos, alegria e confusão.

Saudações canalhas e cafajestes.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Diálogo ocorrido numa alcova qualquer, numa noite qualquer

- Ah, por favor, faça mais uma vez esse carinho delicioso na c*inha do meu p*!
- Por que eu deveria?
- Porque suas mãos são mágicas, mãozinhas de fada, meu amor...
- Criatura dos infernos! Manipulador! Conversinha! 

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Sobre a impermanência das coisas do mundo ( ou das coisas desta cidade) - parte III - Um novo começo

Mudança, finitude, renovação, ciclo fim-recomeço-fim-recomeço, eterno retorno. Muitos são os nomes para a impermanência de tudo que grassa, por um instante que seja, pela superfície deste mundinho perdido universo afora, antes de se tornar pó e lembranças. 
A humanidade lida com ela de várias formas: os sábios a distinguem antes que todos, compreendem e aceitam-na e procuram compartilhar esse entendimento com os comuns dos mortais; os filósofos - que em muitos casos, não pertencem ao grupo dos sábios - encobrem, categorizam, nomeiam, em busca mais de aceitação e posteridade que em dar ao resto da humanidade algo que a possibilite viver um mínimo que seja de maneira mais plena; místicos e metafísicos de todo o tipo a vêem como um sinal de que um tal mundo superior e eterno é tudo que importa e devemos desprezar a vida material - babacas!; e por fim os comuns dos humanos se digladiam com ela, a impermanência, dia a dia, tentam enganá-la, se não destruí-la, da melhor maneira que podem, no mais da vezes se rendendo a formas um tanto distorcidas e diluídas do que os três primeiros grupos produzem/oferecem/vendem.
O fato definitivo e inclemente é que todos nós humanos somos presa fácil da mudança que rege este mundo e não há como dela escapar, o que para a maioria é inaceitável e desesperador, pois lidar com a bendita da melhor maneira possível é dificílimo a uma espécie medíocre e narcisista como a nossa.
Bem, e daí, o que toda essa reflexão de mesa de bar metida a sabedoria autêntica e profunda tem diabos a ver com as patéticas aventuras noturno-etílico-sexuais do patético autor desta tranqueira?
Caros leitores, a mudança tudo devora deste mundo para criar o novo, para manter a lei máxima da vida. E este tipinho anuncia, com alegria e alívio: todas as evidências apontam que essa lei, finalmente, agiu na vida noturna roqueira do centro de São Paulo, que antes do desespero da derrota, surgiu a alegria da renovação. Graças a indicação de amigos tão canalhas quanto ele, encontrou um novo antro no qual viver novas aventuras noturnas, um novo porão escuro (mas luminoso, em certo e figurado sentido) no qual poderá vir a reinar, talvez o digno sucessor de outro porão do rock mais antigo, citado na parte I, cuja ausência ainda é tão sentida por tantos tipos vestidos de couro e preto que vagam pelo Centrão.
Estive no local durante o feriado prolongado, fui bem-sucedido na incursão (creio que isso não necessite de maiores explicações, correto?) e já convoquei outros amigos canalhas e cafajestes para explorarmos o local em profundidade e finalmente aceitarmos e celebrarmos a mudança e a renovação que se processa nos confins tão acessíveis do centro de São Paulo.
Tanta ladainha para registrar que encontrou uma nova casa noturna para dar vazão a sua cafajestice? Sim, caros leitores, como sempre, muita filosofia barata e belas palavras para engrandecer a vidinha de nós canalhas.
Saudações.

domingo, 20 de abril de 2014

Assistam

O vídeo abaixo dura pouco mais de cinco minutos. É incômodo, não concordo com algumas observações do sujeito, mas faz pensar, como todo material politicamente incorreto faz.

PS: antes que alguma feminista enfurecida me chame de porco sexista, informo que apoio a marcha das vadias, já engrossei as fileiras de manifestações pró-aborto, odeio o machismo enfim, mas odeio mais ainda qualquer sexismo!!!



sexta-feira, 18 de abril de 2014

Sobre a impermanência das coisas do mundo ( ou das coisas desta cidade) - parte II

Já foi dito antes, por seres muito mais sábios que este pobre escriba, que a impermanência é certamente a única coisa permanente deste mundo; eles estão certos, claro. Soube há pouco que um dos últimos e únicos refúgios que sobraram no centro de São Paulo para minha tribo ou laia, após o vagalhão que sobre nós se abateu ( leia a parte um deste título, datada de 15 de fevereiro último, para entender ou reavivar a memória), mudará de endereço em breve, pois tornou-se mais uma vítima da especulação imobiliária (malditos corretores! especuladores imobiliários escrotos: morram todos, em meio às piores torturas!).
Felizmente, esse antro não fechará as portas, somente mudará para o outro lado da rua.
A normalidade e o vazio querem nos vencer, mas nunca conseguirão.

Saudações noturnas e  cafajestes

domingo, 30 de março de 2014

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - XLI

"Ela (a música) nunca trai minha confiança ou me deixa na mão."

De um amigo canalha, colaborador eventual desta tranqueira e exímio músico, ao explicar porque segue à risca um princípio básico que todo músico verdadeiro segue: fugir ao máximo de relacionamentos estáveis, fixos. Seu único amor, seu único relacionamento verdadeiro é com a música.
E sou testemunha disso: essa postura canalha garante muitas mulheres aos pés deles músicos!    

segunda-feira, 24 de março de 2014

Livro à venda na loja digital da Saraiva

Caros leitores, após excruciante demora e solução absurda de simples (tenho grande culpa nesse atraso, mas deixemos essas agora banalidades de lado), Noites Cafajestes encontra-se à venda na loja digital da Livraria Saraiva, em formato Epub.
O link encontra-se à direita.

Saudações noturnas e canalhas.

sexta-feira, 7 de março de 2014

São Paulo Feeling




São Paulo pela noite (Mário de Andrade)*

Meu espírito alerta
Baila em festa e metrópole.
São Paulo na manhã.
Meu coração aberto
dilui‑se em corpos flácidos.
São Paulo pela noite.
O coração alçado
Se expande em luz sinfônica.
São Paulo na manhã.
O espírito cansado
Se arrasta em marchas fúnebres.
São Paulo noite e dia...
A forma do futuro
define as alvoradas:
Sou bom. E tudo é glória.
O crime do presente
Enoitece o arvoredo:
Sou bom. E tudo é cólera.
*Poema publicado em Lira paulistana, edição póstuma, [1946].


Ah, São Paulo desconcertante e infinita, será que um dia (ou noite) conseguirei te definir em um texto, um poema, uma narrativa? Sinceramente, espero que não, pois se isso se consumar talvez o maior mistério que me anima e me atormenta, uma das maiores forças que me impele, será desfeito e isso espero que jamais ocorra, que essa busca pela definição perfeita do que é São Paulo jamais se encerre.  

segunda-feira, 3 de março de 2014

Uma proposta para melhorar a educação do país

Os caros leitores muitíssimo bem sabem que sou inimigo de tudo de reacionário, conservador, tacanho e limitado que rege ou tentar reger as patéticas ações da patética espécie humana, e nesse cabedal de alvos para meu ódio ocupa um trono reluzente o que já foi chamado de homenagem à virtude, feita por aqueles que não conseguem praticá-la. Sim, me refiro à hipocrisia, essa instituição humana e tão brasileira, o asqueroso comportamento de censurar, criticar, perseguir, atacar, humilhar, agredir quem tem hábitos, costumes e práticas que considera imorais ou nocivos, mas secretamente (por vezes não muito secretamente) quem comete essas violências chafurda e se lambuza de êxtase exatamente no que critica em outros.
Bem, do alto de mais de quatro décadas de vida afirmo com absoluta segurança: nunca encontrei um moralista que apontasse dedo inquisidor e "moralizante" para alguma prática íntima da vida alheia que fosse um exemplo de virtude, que não adorasse praticar e praticava o que publicamente o enojava. Estudantes colegiais que tachavam todas as colegas de sala de "putinhas" e na viagem de formatura protagonizava uma cena de pornô "gang bang" , realizando uma entusiasmada felação em sete rapazes, quase ao mesmo tempo, pais de família que exigiam que a filha fosse um exemplo de pureza, que exigiam que se casasse virgem e retornavam a seu sagrado lar embriagados, após horas com a amante que era pouco mais velha que a filha que ele tanto "protegia" (leia-se, reprimia) - minha família, aliás, é um celeiro imenso desse tipinho ´de "homem" - machões que dizem odiar gays e se acabam com os travestis que fazem ponto nas esquinas das grandes cidades, mães de família que condenam a imoralidade dos dias atuais e seduziram boa parte das sobrinhas, a lista seria imensa...
A minha proposta para elevar o nível da educação brasileira é muito simples: dado que a hipocrisia quanto à moral e  à vida sexual de outrem é uma lei da natureza, invariável e certa, os livros de física deveriam ser atualizados e incluí-la entre as leis, expressas por fórmulas matemáticas, que explicam o funcionamento do universo. Simples, e isso.
Saudações canalhas e cafajestes. 

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Sobre a impermanência das coisas do mundo ( ou das coisas desta cidade)

Sim, caros poucos leitores, se ainda existem, esta tranqueira não foi abandonada, este tipinho desprezível retorna do fundo da noite paulistana munido de suas futilidades que imagina serem reflexões profundas.

Para iniciar este texto, a primeira idéia foi citar algum dos pensadores-autores latinos do período imperial de Roma, imbatíveis nos textos que pensam sobre a volatilidade da mesquinha vida humana e em nos ajudar a suportar as agruras que encaramos por nos agarrar tanto a ela, a vida. Não julgando esta tranqueira digna das palavras imortais dos mestres do Lácio, pus a idéia de lado, talvez ponha algo deles lá pelo final. Vamos ao que interessa.

Como já deixei claro em várias postagens, resido no Centro de São Paulo e faço a maior parte de minhas incursões ou razias noturnas na mesma região. Bem, já há vários meses que me apercebi de um acontecimento que passou pelo coração da cidade e mudou a rotina noturna e práticas de parte de uma das mais características tribos que percorrem o centrão; logo me pus a descrever e comentar esse acontecimento com alguns dos meus companheiros dessas incursões e sobreviventes, como eu, desse evento. Todos concordaram, alguns com espanto, outros disparando observações ou melancólicas, ou algo indiferentes sobre a mudança  que se abateu sobre nosso amado centro e sobre nós.
E o que aconteceu, afinal?
Simples, toda uma comunidade, uma subcultura, se preferirem, que percorria as ruas e bares de uma parcela do centrão, não desapareceu, continua viva e presente, mas sofreu uma rápida e dolorosa adaptação, pois o circuito que percorria foi transformado, para não dizer destroçado, em um lapso de tempo curto e claro, traumático. Devido a essa intempérie muitos de nós se dispersaram, sumiram, outros tornaram-se visitantes, ocasionais, mas a maior parte continua a enxamear pelo centro, ou ao menos tenta, pois a alternativa é ir para casa, ficar sentado, engordar e esperar a inevitável decadência.
Em suma, uma sucessão de desditas se abateu sobre nossa comunidade e nos obrigou a deixar antigos pontos de encontro e buscar outros: nossa casa noturna podreira, com dark room fétido e tudo mais, fechou e sua sucessora, dos mesmos "donos" - não adianta insistir, não explicarei as aspas - mas não no mesmo local, apenas envergonhou o belo nome decadente da casa-mãe, até igualmente fechar, para alívio geral; nosso bar-pulgueiro favorito, onde nos encontrávamos, bebíamos as primeiras da noite e combinávamos nossas zueiras e putarias para dali a pouco, tornou-se um antro maldito e proibido a qualquer ser que tenha um mínimo de amor à vida; os becos e ruas das imediações do antro para o qual acorremos,  mais acima do primeiro, logo foram tomados pelos malditos e boçais carecas ou skins, sempre sedentos de afirmar sua idiotice esmigalhando corpos alheios; a violência, tretas e brigas cresceram em progressão infinitométrica, nossas opções para circular e nos concentrarmos, enfim, tornaram-se muito restritas e essa asfixia logo degenerou num sentimento de  tédio e repetição do qual até mesmo as conquistas amorosas-sexuais que arrebanhávamos foram vítimas: as mulheres eram sempre as mesmas, as intrigas que elas, as mulheres, provocavam, devido a essa pouca possibilidade de variedade, foram irritantes e patéticas, para usar termos leves; até mesmo o único supermercado da região que ficava aberto por toda a noite, nos socorreu inúmeras vezes e fornecia a última cerveja da noite (que também era a primeira da manhã, se é que me entendem) e o salgadinho podre tão delicioso, naquelas horas terminais e malucas, fechou ou está muito perto disso, pois não mais permanece aberto madrugada adentro.  
Como dito acima, não desaparecemos, estamos tentando nos adaptar à situação. E como dito acima, muitos preferiram debandar, outros mal perceberam o que se passou, simplesmente seguiram o rumo que a mulherada, que as "rampeiras do metal" tomaram, e as seguiram. Mas este escriba, contaminado por tantas vivências e leituras, amaldiçoado pelo vício de juntar ambas, leituras e experiências, de querer dar um sentido, uma aura profunda, filosófica e até mesmo épica a tudo que vive e presencia, não poderia deixar de registrar o fim de uma era do centro de São Paulo, por mais que essa era seja restrita a apenas uma parte de uma das tribos urbanas que  nele fervilham e que isso portanto soe fútil e não faça diferença a ninguém mais além de um bando de mulherengos contumazes e embriagados. 
Bem, o exercício de querer dar grandeza à vidinha sempre foi, é e será a essência desta tranqueira.

Saudações noturnas e cafajestes.  

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - XL

" Você não tem pés-de-galinha, você é um pega galinhas!"

Frase simples, mas bastante espirituosa, que um amigo disparou, numa mesa de um bar da Augusta, comentando meu rosto conservado e jovial, apesar de ser um quarentão já bastante rodado e curtido
e revelando, segundo ele próprio completou em seguida, o segredo da minha juventude...