Noites Cafajestes à venda

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Um verdadeiro guia de comportamento e sabedoria canalhas e cafajestes por R$6,00.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Postagem não-planejada, insensata e inesperada

Hold me. Lay your shame away.
Show me where your love stay
Hold me. Lay your ghost away.
Show me for yourself.

You are lost and alone,
But a prisoner of your pride.
When the passions you ignore
You can never hide.
One of these days you're gonna find out,
'cause one of these days you're gonna try.
And what did I say
To make you wind up
With this spear of guilt inside.

Essa canção pertence a certo agrupamento musical cujo nome, se revelado, causará espanto e indignação em quase todos os leitores (um grande amigo identificou sem dificuldades os "artistas" e já me congratulou pelo bom gosto...). mas foi impossível resistir ao impulso de mandar esse recado acima para  certas  damas,  pois trata-se de um  retrato perfeito de como muitas vezes castigam a si mesmas, com seus joguinhos criados e executados supostamente para castigar a nós, desprezíveis homens.

sábado, 18 de dezembro de 2010

As musas dessas noites e dias - parte III - A terceira noite do Free Jazz Festival de 1998

Mesmo os escritores, redatores, os escribas em geral mais calejados e talentosos são frequentemente atormentados pela inquietante dúvida: como iniciar o texto, como fisgar o leitor já na primeira linha? Sou um escbriba calejado mas talento, como os leitores bem sabem, jamais se insinua no parco horizonte que esse blog desenha. E como, neste exato momento em que escrevo, uma chuva fria e triste cobre São Paulo, como a chuva que cobria a cidade na noite em que se passa o terceiro conto das Noites Cafajestes, que essa reminiscência sirva de introdução, inclusive e principalmente porque rememorar a musa inspiradora desse conto combina com essa tarde melancólica, cinzenta e amarga.
Cito diretamente a noite em questão, a começar pelo título, porque  "A terceira noite do Free Jazz Festival de 1998" é o mais autobiográfico dos contos do livro, ele é composto quase na totalidade por lembranças e pelo gosto de fel e raiva engolida à força que essas ainda provocam. Mudei somente os nomes das personagens; o protagonista, ainda que dono de uma loja de cds na Galeria do Rock e músico medíocre, é calcado  ao máximo em minha aparência e personalidade, apesar de que não sou e jamais fui proprietário de loja de qualquer coisa e sou um músico horrível.
Eu estive na noite em questão do Free Jazz de 1998, em que ocorreu a primeira apresentação nas Terra Brasilis do Krafwerk e do Massive Attack; os aficcionados por música eletrônica sabem bem que evento memorável foi. Infelizmente, para mim ela ainda é memorável por outros aspectos e não entrarei em detalhes, sobre os eventos extra-shows,  pois essa seção do blog não tem como função oferecer trailers verbais dos contos, mas tão somente executar uma exaltação distorcida às minhas "musas questionáveis" (mais um termo que tomo emprestado do grande Chuck, obrigado, cara!). Se está interessado, baixe o livro e leia, oras. Custa uma bagatela...
A moça retratada nessa história patética foi, pura e simplesmente, a paixão não-correspondida mais torta, patética, mal explicada e que mais deixou encruamentos não-resolvidos no desgastado coração deste sujeito.
Sim, fiquei perdidamente apaixonado por ela, minha relação amorosa oficial de então sofreu  danos terríveis, não de imediato, mas no decorrer do tempo, conforme os estragos emocionais e mentais por ter sido usado de maneira tão rasa e tênue se aprofundavam, me estragando mais e mais. 
Direto e preciso: essa mulher foi o melhor e mais bem acabado exemplar que encontrei, em toda minhas andanças pela vida e pelo universo feminino, da mulher que nunca superou o trauma de ter sido uma  garotinha desprezada pelo pai e que como vingança, inconsciente ou não, tratou todos os homens que passaram por sua vida com o mesmo desdém e falta de amor com que o primeiro homem de sua vida a tratou. Em suma, uma vaca, uma biscate, uma manipuladora fria que apenas usou os homens para satisfazer seus interesses, sempre se insinuando, destroçando corações e rindo dos escombros que deixava para trás.
Como dotes físicos para deixar nós, macacos que somos, por completo no cio e imbecilizados, nunca lhe faltaram, podem imaginar o estrago que ela causou homerio a fora.
Sim, minha paixão não foi correspondida - jamais consegui dela sequer um simples roçar de lábios!
Não,  nunca mais falei com ela, há mais de uma década que não trocamos uma palavra. Nesses anos encontrei-a por três vezes na noite de São Paulo; ambos estávamos acompanhados. Em todas, ela dirigiu-me um olhar de superioridade e de certa surpresa, eu tentei mostrar desprezo, mas só consegui trair a raiva e a frustração que ainda me atormentavam.
O Gran Finale: vocês que lêem o blog e porventura leram o livro devem ambos a essa Lilith pós-moderna: Noites Cafajestes e Alguns Dias Canalhas teve sue gênese em uma tentativa desesperada de expurgar, de fazer catarse literária do amargor, da raiva e tudo mais que ela me causou. Pus-me a imaginar, incessantemente, como seria se ela tivesse me concedido seus favores e quais seriam os desdobramentos. Em certo tempo, essas idéias, imagens e situações me pesavam tanto que tinha de expulsá-las de minha cabeça e decidi escrever uma porção de contos, em que cada um seria desenvolvimento de uma das situações que eu tinha imaginado com ela. Quando iniciei de fato o trabalho, claro, o que parecia brilhante no interior de uma mente masculina atormentada mostrou-se risível e pueril no papel. Assim, somente duas daquelas histórias sobreviveram: o relato da " noite chuvosa de sábado, São Paulo, 1998" (esse, o título original do conto), em que ocorreu a já citada segunda noite do FreeJazz , noite em que tudo relatado acima ficou às claras, e o conto " Como a maternidade é maravilhosa (...) Ou: uma transa de despedida", em que levo ao extremo uma das elocubrações sobre como teria sido uma relação amorosa com ela.
Essa é, portanto, a maior e verdadeira musa das Noites Cafajestes e dos Dias Canalhas, pois a que, com sua existência sedutora e maléfica, inspirou o projeto.


terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Do blog do grande Chuck

Quando criei esse blog, estabeleci como uma de suas regras sagradas que não seria uma simples coleção de textos alheios, de material de outras fontes, pois julgava que minha vidinha, minhas reflexões e minha observação do patético espetáculo que é a patética raça humana me forneceriam material de sobra para alimentá-lo, julgamento que até o momento, creio, mostra-se correto, ao menos para produzir essas xaropadas obtusas. A seção " descobertas feitas em mesas de bar..." não pode ser considerada quebra à regra, pois são simples frases e pensamentos colhidos pelas noites e bares da vida. 
Bem, finalmente, surge a oportunidade e o dever de quebrar a norma auto-imposta. Ocorre que meu  ainda amigo virtual Chuck postou um texto sensacional em seu blog há algumas semanas, uma jóia que deveria ser ensinada a todos os garotos desse mundo, deveria ser entregue a eles juntamente com o material escolar a cada começo de ano, lido e pregado como a verdadeira peça de sabedoria que é, pelos professores de português e de educação moral e cívica, sociologia, filosofia...
Claro,escrevi para ele, solicitei autorização para a reprodução e o canalhão, ao saber quais meus intentos, autorizou de imediato,com votos de que seu texto espalhe muita indignação por aí. 
Pois bem, chega de preâmbulos, após a linha de espaço abaixo, vem a destruição definitiva das biscas, digo das mulheres sabidas e modernas. Boa leitura, e que aquelas que merecem fervam de ódio.
   
Vocês sabem o que devem esperar encontrar numa revista de consultório de dentista, ou é Caras ou outra revista bunda de fofoca e celebitches, ou é uma daquelas revistas femininas idiotas tipo Nova ou algum outro manual de como ser uma bisca moderna.

Mesmo assim, em meio aquele tédio reinante, comecei a folhear um desses desperdícios de papel, que poderia ter sido muito melhor aproveitado na fabricação de bolachas porta-copos, daquelas que deixamos sob os copos de cerveja nos melhores botecos do ramo, e dentre inúmeras matérias do tipo “101 motivos para trair seu namorado” ou “Como é gostoso o meu vizinho!!”, encontrei a seguinte citação, em destaque garrafal bem no meio da página:


COMO MANTER UMA MULHER SATISFEITA SEXUALMENTE:
Acaricie, enalteça, mime, saboreie, massageie, conserte, acompanhe, cante,
cumprimente, apóie, alimente, acalme, perturbe, brinque, tranqüilize, estimule,
afague, console, abrace, ignore as gordurinhas, paparique, excite, pacifique,
proteja, telefone, adivinhe, beije, aconchegue, perdoe, ajude, divirta, seduza,
carregue, sirva, fascine, atenda, confie, defenda, vista, elogie, venere,
reconheça, exagere, agarre, entregue-se, sonhe, provoque, recompense, toque,
aceite, idolatre, adore.


Só faltou acrescentar que depois de tudo isso ela vai te achar um bunda-mole e dar para outro sujeito qualquer, com mais “pegada” (um dos termos favoritos das biscas modernas) e/ou saldo bancário maior, ou quem sabe uma profissão mais respeitável.

Por que no final das contas, parceiro, não importa o quanto você rale seu traseiro para agrada-las, o que importa é o seu potencial para resolver a carência física ou financeira delas.

domingo, 28 de novembro de 2010

E agora... porcos chauvinistas! Episódio de hoje: a classificação de uma vaca depende do olhar e principalmente dos interesses da vaca que a descreve

Um título quase quilométrico, para marcar o retorno de uma série do blog que estava no limbo.

Há alguns dias, em uma quarta à noite, eu voltava para casa, após contribuir com minha cota diária de tempo, vida e energia para o enriquecimento dos dignos capitalistas e para a manutenção da ordem social. Duas moças entraram no ônibus rindo e falando, muito e alto. Elas eram, sendo ofensivo e politicamente incorreto como sempre sou, duas barangas desprovidas de classe ou educação oriundas da terrinha, ou seja, duas "baianinhas" vulgares - xingamentos e ameaças para o e-mail, por favor - e era impossível ignorar a conversa que travavam; aliás, estou certo que quanto mais os outros passageiros lhes dessem atenção, mais felizes ficariam...
Bem, uma delas  disparou a jóia: "minha filha, o amor é como a grama: você cuida, rega, dá atenção e carinho, e quando está bonito, forte e colorido, vem uma vaca e come". Anotei na cabeça a porção de sabedoria, decidido a postá-la aqui, claro que acompanhada de um comentário que esmigalharia a visão limitada que a impregna. O tempo passou, negligenciei minhas obrigações escribísticas mas eis que minha vida noturna forneceu o mote para inserir a frase em algo maior e mais profundo, e claro, dela desfazer e negar.
Ocorre, cara meia dúzia de leitores, que já algum tempo, quando dedico um fim de semana à caça, quando não tenho  compromissos agendados com alguma dama, adotei um esquema um tanto fixo: sextas em certo ambiente especializado em rock, sábados em certo antro de heavy metal  (ambos já comentados aqui, sem citar nomes, claro). Situam-se ambos no Centro da cidade e são próximos entre si - algum palpite? - E percebi que estabeleceu-se um padrão: quando me dou mal no primeiro, é certo, uma lei da física, que me darei bem no segundo. 
Finalmente, o centro da postagem, a reflexão que destroça a frase de nossa amiguinha barangosa que adentrou o ônibus e essa história bem diante do Pateo do Colégio: o primeiro local é  limpo, de "nível", frequentado por moças que abominam e desprezam o segundo, garotas de classe média e média baixa em busca do príncipe encantado que resolverá suas vidinhas, moças decentes que se horrorizariam com a sujeira e falta de classe e principalmente as "vagabundas" e "vacas" do metal que enchem, o segundo: fáceis, sem nível, e que dão para os roqueiros desprezíveis que surgem em hordas atrás delas, sem o mínimo decoro ou decência (leia-se, bancar a difícil, levar o cara a humilhar-se e fazer  o valor de sua sagrada bucetinha parecer muito maior do que realmente é);  o segundo já está delineado: um lugar baixo, sujo e vil, repleto de vacas. Ocorre que eu e meu amigo e parceiro mor nessas noitadas estamos seguidamente nos dando mal no primeiro e sendo muito felizes no segundo. E as alegações das ruminantes, digo, das moças que lá circulam, para recusarem um beijo, companhia e até um mísero endereço eletrônico, após nos provocar, fuzilar com olhares, sorrir e eventualmente até mesmo conversar por quase uma hora são as mesmas: "não fico na balada", " tenho namorado", " você é muito atirado" etc. Já na masmorra suja, é raríssimo isso ocorrer: se a garota não quer nada, expressa isso com prontidão.
Após essas pancadas, reerguimentos e noites infelizes e outras felizes, chega-se invariavelmente a uma conclusão: uma mulher é chamada pela outra de vaca somente se um interesse, recalque, hipocrisia ou algo ainda pior da primeira é ameaçado pela gula da ruminante, ou: a classificação de uma ruminante depende dos interesses e preconceitos da classificadora, nunca de precisão ou objetividade científica.

Saudações canalhas 
 

sábado, 6 de novembro de 2010

Os segredos para ser um cafajeste-canalha bem sucedido - Item I: Ousadia

Nova série dentro dos textos do blog (sim, sei, já iniciei umas várias séries e as abandono. Reflexo dessa vida doida e caótica que todos nós enfrentamos). Vamos lá:

Foi há duas semanas. Tive folga no meu emprego na sexta (coisa tão rara quanto um papagaio albino do Himalaia).Assim, não poderia perder a oportunidade de desfrutar da noite de quinta de São Paulo. No começo do melhor período do dia liguei para um amigo canalha de longa data, dos tempos de faculdade (e pensar que já terminei esta há mais de dez anos, mas ainda sinto como se estivesse vivendo aqueles tempos. Jovialidade? Energia? Falta de maturidade?) e marcamos de dardejar pela Augusta, em busca de um bar, randevu, boteco, boate,qualquer coisa que exibisse o máximo possível de fêmeas por centímetro quadrado. 
Ele logo definiu o antro, um lugar que é o ponto máximo de modernidade  na lendária rua.  Estacionou o carro e fomos até a porta averiguar. O preço era decente, o gênero musical daquela noite, uma das forças cósmicas que movem dois desprezíveis roqueiros beberrões e caçadores de ninfetas como nós noites afora. E a quantidade de exemplares do belo sexo (esse termo eu surrupiei de um livro-biografia-portfólio do grande HR. Giger, admito) que adentrava o lugar nos fez perder qualquer dúvida ou juízo em segundos!
Entramos, nos abastecemos de cerveja (caríssima, diga-se de passagem) e enquanto curtíamos a ótima seleção musical e o ambiente moderno e interessante, enlouquecíamos com o desfile de beldades que não cessava de entrar e embelezar o local. Uma logo chamou nossa atenção, mais que as outras (e a concorrência era brabíssima): uma coisinha, uma criaturinha linda, fresca como uma flor, de pele alva, cheia de curvas e espremida em um pretinho terrivelmente justo. Parecia  estar acompanhada (impressão errada, como descobrirão) e desfilava de lá para cá. Por duas vezes, meu amigo disse: "ela olhou para você ao passar". Eu duvidei com veemência e sinceridade: uma linda menininha como aquela olhar para mim? Algum dia posto um texto que explique minha tese de que o verdadeiro canalha-cafajeste é modesto, nunca deve se achar o máximo e sempre procura  eleger um amigo canalha como seu modelo, como o verdadeiro conquistador ao qual ele quer se equiparar. Achar-se o fodão é o começo do fim para o verdadeiro canalha. Ele sempre deve se julgar e proclamar ser apenas um sortudo, persistente e injustiçado, até que acredite nisso. Esse texto fica para outra ocasião, voltemos ao assunto desta postagem.
Passou-se algum tempo, o dj pôs uma música insinuante para tocar e o que ocorreu? A linda menininha de preto subiu num palquinho e começou a executar uma dança para lá de sensual ao redor de uma barra de pole dancing, com lingerie à mostra e tudo o mais. Era a go-go dancer da casa! Claro que todos os machos presentes pararam para babar, dezenas de olhares selvagens e imbecis para ela, que ria e ria de nós.
O show terminou, ela desceu do palco e recostou-se no balcão. Foi nesse  momento que percebi: seu suposto acompanhante era um amigo e só. Não demorou e um cara alucinado abordou-a, e outro, e outro. Ela parecia ouvi-los, dar atenção, mas nada brotava dessas conversas. Então ela passou por nós e dessa vez não tive dúvidas. Virei-me para meu amigo e disse: " Incrível, mas você está certo, ela está olhando para mim!" Bem, só havia uma ação a executar, mas  ponderei por um momento: essa garota é desejada por dezenas dos presentes, já recusou alguns, é uma estrela da casa noturna, por que quereria algo comigo? Serei só mais um panaca enchendo seu ouvido.  Mas ou ouso, ou me lamento enquanto tomasse o rumo de casa. Fiz minha escolha e lá fui.
Bem caros leitores, pode-se cair no chauvinismo e no machismo barato e afirmar-se que a tal era uma menina fácil da vida fácil, que podem ter passado uns tantos como eu na vida dela nos últimos tempos ou somente nessa noite e que nada signifiquei, que tudo foi superficial. Mas o fato que esse texto registra e celebra é que posso afirmar que fui a uma casa noturna famosa e por algum curto e memorável tempo desfrutei da companhia e beijo de uma linda go-go dancer que brilha no local. 
Saudações         

domingo, 24 de outubro de 2010

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - XII

" A idiotice é sempre muito popular entre as mulheres"

Frase de minha lavra, criada após muito tempo observando o desfile de beldades acompanhadas de goiabas.

domingo, 17 de outubro de 2010

Saturday night feeling

Modern Day Delilah lyrics
[Verse]
I still remember when I saw your face across the room
Told me to take you but the price of love would seal my doom

[Pre-Chorus]
I know the way you made the others break
But loving me would be your first mistake

[Chorus]
Same old way, same old ways
Modern Day Delilah
Each time you learn to give
Queen to slave
Modern Day Delilah

Listen

[Verse]
You lived your glory in a liars haze you called the truth
The same old story of a social plan from wasted youth

[Pre-Chorus]
You thought that you could bring me to my knees
But whos the one whos crying baby please

[Chorus]
Same old way, same old ways
Modern Day Delilah
Each time you learn to give
Queen to slave
Modern Day Delilah

[Bridge]
Just like the trigger of a loaded gun
You were the reason for the damage done
Too many lovers like a hunters prey
Not today

[Solo]

[Pre-Chorus]
I know the way you made the others break
But loving me would be your last mistake
Each time you learn to give

[Chorus]
Same old ways
Modern Day Delilah
Shame, shame, shame on you girl
Queen to slave, come on now
Modern Day Delilah
Yeah, yeah, each time you learn to give
Same old way, same old ways
Not today
Delilah
Queen to slave, loves decayed
Delilah

sábado, 16 de outubro de 2010

Homenagem

   Acabo de chegar a minha casa, ligo o computador para olhar e-mails e portal de notícias antes dos devidos preparativos e rituais para mergulhar na noite e me deparo com péssima notícia, das piores em muito tempo: faleceu o grande José Ângelo Gaiarsa, o maior pensador libertário que este paiseco, centro mundial da hipocrisia e do falso-moralismo, já teve. Não me alongarei em tecer loas e descrever a  obra desse herói, desse gênio, que apontou armas e mais armas, devidamente carregadas e preparadas, contra esse câncer, essa desgraça, essa maldição, essa maldita e abominável fonte de neurose, sofrimento e abuso que é a família-burgueso-cristã, tão defendida e seguida à risca por nossos papais de família decentes que durante o dia zelam pela retidão moral dos filhos e da sociedade e durante a noite se acabam nos dotes dos travestis, e pelas mamães de família e senhoras solteironas que abafam suas frustrações e desejos carnais ora sorvendo os líquidos produzidos pelas vaginas das sobrinhas e empregadas, ora se deliciando com as secreções dos sobrinhos e subalternos.
   Gaiarsa disparou até o fim contra essa instituição abjeta e podre, que já deveria estar enterrada bem fundo, para seu odor pestilento não incomodar mais àqueles que querem se libertar de todo o mal e obtusidade que ela causou e ainda causa.
   Se querem realmente conhecer a obra dele e crescerem como seres humanos, viverem uma vida plena, sem as ridículas amarras morais que a cultura judaico-cristã nos impige há milênios, leiam sua extensa obra e tentem aplicá-la a suas vidas. Ah, sim,um aviso: antes que alguém, algum desfensor das minorias ou ativista peça meu IP e endereço ao Blogger para me processar, aviso que não sou anti-semita,anti-judeu, nada disso: sou um ateu-libertário-anarquista que vocifera contra um dos elementos formadores da patética cultura ocidental, somente isso.
   Findo aqui essa minúscula homenagem a um dos meus mestres intelectuais, pois quem acompanha este blog há algum tempo sabe  que ele é uma ineficaz e infinitesimal empreitada contra o estrago que os ditos valores familiares e morais fazem em nossos corpos e mentes, e que tudo que ataco aqui, o brutal desentendimento entre homens e mulheres que nos assola e nos massacra, é fruto maligno dessa cultura.
Saudações.
 



terça-feira, 12 de outubro de 2010

Texto bukowskiano Ou: noturnidade sobre o ódio

  Ontem e hoje à noite eu atravessava a principal avenida da cidade, nessa noite de julho em outubro, e enquanto os edíficios, regulares e impassíveis, sólidos e perfeitos passavam por mim, ou eu passava por eles, sua imensidão e regularidade, suas formas geométricas pareciam se fundir com o ar gelado, como se um fosse exalação do outro, como se o ódio que eu sentia e a fria desumanidade que se apossara de mim, um desejo mecânico e desapaixonado de impingir dor, sofrimento e vingança fossem provocados por eles, ou se todos - frio da noite, edifícios de ar inumano, ódio - se fundissem numa só coisa, como se a frieza se tornasse tudo que existe.
   E assim aprendi que a chamada desumanidade, a frieza, ou o "mal" (outra palavra pueril e idiota que abomino por ser tão rasteira, limitada e limitadora) não são a negação do humano, a derrota dos bons sentimentos para o que é mal e oposto à doce e tola teoria do bom e velho Rousseau. Não, este filósofo barato da noite nega tudo isso e afirma: tornar-se um monstro desumano é a última ação desesperada de resistência que é possível para aqueles que não tem outra escolha, que têm diante de si serem destruídos ou destruírem, é um grito desesperado de uma humanidade esmagada. E todos temos de fazer escolhas. 
  Assim, não sejamos obtusos ou moralistas diante dos frios e insensíveis, pois eles são uma forma extremada e incompreensível de humanidade.

Post Scriptum:   esse textinho acima, à primeira leitura parece fugir do tema maior e praticamente único deste blog, a saber, refletir sobre as relações homem versus mulher contemporâneas e detoná-las (as mulheres e as relações), mas adivinhem qual o sexo da criatura que inspirou essa pérola de mediocridade linguística e literária?  

sábado, 2 de outubro de 2010

Mulheres, essas criaturas misteriosas e seus poderes que nos desconcertam

 O grande Chuck postou um texto no seu blog, há poucos dias, em que discorre sobre um tipo de maluca que ele  (e eu) temos grande dom de atrair: esotéricas (exo-histéricas?) que afirmam existir profundas, inescapáveis e magníficas conexõese entre elas e o felizardo que a encontra, que nossos destinos foram traçados nas estrelas e que devemos ficar juntos para todo o sempre (brrrrrrrrrrrrrr) conhecimento esse que lhes foi agraciado por meio de suas conexões cósmicas desenvolvidas via leitura de revistas e livros que são depositários de conhecimentos arcanos e profundos, mas que são encontrados, à venda por bons pares de reais, em qualquer comércio do setor livreiro e via cursos caros ministrados por mestres interessados apenas em espalhar conhecimento e sabedoria, apesar de cobrarem 300 pilas por mês, no mínimo. Bem, essa espécie do bestiário feminino moderno tem um apreço especial por caras como nós, canalhas céticos, curtidos, rodados nas desventuras da vida.
  O parágrafo acima já deixa claro o que penso e como reajo a esse tipo de dama. Como diz um dos meus mestres, o grande Pica Pau de Walter Lantz, " vudu é pra jacu!", no entanto, hoje tive uma experiência pequena mas bem estranha, e pior, a mulher envolvida na situação é ainda mais cética e descrente dos mistérios entre a Terra e o céu do que este que vos escreve.
  A dama em questão é muito, mas muito, muitíssimo importante em minha vida, tanto que nem quero entrar em detalhes, meus amigos que conhecem minha verdadeira identidade sabem quem ela é.
  Infelizmente, por uma dessas maldades da vida estamos separados por alguns milhares de quilômetros, ela atualmente vive em outro continente e nos vemos pouquíssimo.Claro, apesar do amor imenso e sincero que há entre nós, cada um tem uma vida "particular"(ô termozinho besta!), afinal somos feitos de carne e osso, vida que procuramos manter distante do conhecimento do outro e mantemos.
  Hoje nos falamos pelo telefone, como fazemos pelo menos uma vez por semana (sim, a conta anda bem cara...) e ela perguntou, no tom entre jocoso e enciumado com que sempre pergunta, o que ando aprontando, minhas mais recentes aventuras noturno-etílico-sexuais, as quais neguei, é claro. Em seguida, perguntou se eu pretendo viajar durante o feriado de finados, pois tem planos de tomar um avião e vir à Terra Brazilis somente para me ver. Respondi, um tanto espantado, claro que não, pois como ela bem sabe, somente um evento cataclísmico para me tirar de São Paulo e do Centro da cidade. Ela, num tom de deboche desconfiado ainda maior, disse um tradicional "sei" e emendou: " vai saber se você não recebeu um convite para uma viagem imoral, para encontrar uma dessas safadas que pega por aí na casa dela lá no interior, ou algo assim". Fiquei mudo, olhei para o bocal do aparelho tomado por uma expressão de chimpanzé lobotomizado e balbuciei uma negativa. 
  Caros leitores, poucos dias antes, finalmente tinha conseguido falar, via telefone, com uma linda mocinha que mora no interior do Estado e que vem regularmente à São Paulo, sua cidade natal. Conheci-a numa dessas visitas, em um dos meus bares de rock favoritos e logo tivemos, passados poucos minutos, digamos, um contato mais íntimo, após o qual trocamos telefones e juras de novo encontro. Houve alguns desacertos internéticos e telefônicos, mas por fim nos falamos, um bastante empolgado com o outro. E o que a mocinha me disse, ao final? Que quando eu quisesse, poderia visitá-la e ficar na sua casa em São Carlos, onde estuda. Disse isso há dois dias, dois dias antes de minha amada e musa, há algumas horas, soltar tal míssil de esperteza e sagacidade.
   Alguém pode oferecer uma explicação para esse fenônemo que não seja baseada em misticismo, caro ou barato? 
 Saudações canalhas.

sábado, 18 de setembro de 2010

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - XI

" Se você quer conhecer sua namorada, case-se com ela; se quer conhecer sua esposa, separe-se dela."

Uma jóia de sabedoria, que me foi transmitida por um amigo de muitos anos, e que eu não encontrava há outros tantos, há pouco.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Raiva

     Olhar para os lados com displicência e naturalidade estudadas, agitar os cabelos e espalhar seu perfume e finalmente parar e olhar para a vítima da vez por uma fração de tempo suficientemente curta para poder negar, mais tarde, que olhou, que jogou charme.
     Ao serem questionadas porque o fazem tanto, com tanta graça e naturalidade, as mulheres sempre afirmam que é parte da natureza delas, que estão apenas expressando seu charme e feminilidade naturais, que após décadas, isto é, séculos e até milênios de repressão, perseguição, preconceitos e tudo mais finalmente têm a liberdade de viver e expressar a sensualidade e o charme e se nós homens implicamos com isso somos uns machistas, ignorantes, grosseiros, uns ogros malditos e que se levamos isso a sério e imaginamos que querem algo com nós ogros, canalhas, cafajestes, estamos imaginando coisas ou sendo inconvenientes e atirados...
     E ao abordá-la, o imbecil capturado com tanta facilidade por truques tão antigos e eficientes, muitas e muitas vezes recebe como resposta uma cara de virgem inocente atacada por estuprador demente, uma negação veemente de que olhou ou flertou, quando não a clássica " eu tenho namorado".
    Por que tanta raiva expressa na ladainha acima? Porque, mais uma vez, esse tão prosaico, eterno, mas muitas vezes enlouquecedor e revoltante joguinho, me apanhou, no último fim de semana. Não soube o nome da inocente menina que incomodei com minha desprezível e animalesca busca por companhia, beijos e sexo. Se o soubesse, o poria aqui, com as devidas homenagens. Mas soube (e me lembrei em seguida, enquanto virava a bebida garganta abaixo e curtia a fúria) o nome de outra moça, com quem travei contato, no mesmo  local, semanas antes: a você, cara Sarah(sim, é o nome verdadeiro),  linda mocinha de traços orientais, meus agradecimentos e  meu deslumbre, por ser o que tão poucas garotas jovens como você nesses tempos de desencontro e desentendimento são: decente, sem perfídias, admitir que gostou de mim quando cruzamos olhares, mas também admitir que foi engolfada pela noite e seus acasos e que quando eu a reencontrei era tarde demais, já estava envolvida por outro. Também espero que um dia nos vejamos de novo, em ocasião mais propícia, em que os beijos não serão jogados ao léu.

sábado, 4 de setembro de 2010

Os que contabilizam mulheres ( mais um da série texto fútil e inútil)

    Uma noites dessas, eu e meu amigo canalha, o parceiro de jornadas noturnas fornecedor número um de frases para esta tranqueira, estávamos em um bar de rock qualquer (sim, não direi o nome do recinto, pois seria uma pista para saber quem somos), no bulício da caça às fêmeas. No intervalo da ação, conversamos sobre as abobrinhas de sempre e, não perguntem porque, a conversa caiu nesses sujeitos que mantém listas, controle, contabilidade de quantas mulheres comeram ou apenas ficaram, o que fizeram com elas etc. Lembramos de um tipo que conhecemos há muito anos, esse era um verdadeiro artesão da coisa: além de manter um caderno (era pré-excel e internet) com nomes de todas que, digamos, "derrubou", dava nota à performance da moçoila...
    Bem, e daí?  Cada um emitiu sua opinião sobre a coisa e lembrei de anotar o assunto, para transformá-lo em postagem do Noites Cafajestes. Pedi papel e caneta para minha musa e pseudo-confidente que labuta no recinto, a deliciosa e famigerada n.19 (desistam de explicações sobre isso!!!) e fiz o rascunho que deu origem a essa postagem.
   Minha opinião sobre esse tipo de homem não é muito generosa, pelo contrário - e meu amigo é uma exceção ao tipo, cumpre registrar -  pois, na imensa maioria das vezes esses caras são uns babacas com compulsão de alardear que o registro de mulheres que ele comeu é gigantesco e não pára de crescer, além da compulsão de mostrar a lista ao primeiro tonto que se dispõe a levar ladainha desse tipo a sério, para, é claro, mostrar-se mais macho que todos ao redor.
   Eu,inclusive, durante anos joguei futebol com o provável exemplar supremo dessa raça, um idiota que dizia ter registrado em fotos TODAS as mulheres que comeu na vida e que os álbuns reuniam mais de duas mil  imagens. O mais irritante era o desespero dele em querer mostrar o tal álbum a todos os homens que ele conhecia, fossem amigos ou não. E se o sujeito se recusava ou mostrava desinteresse (como fiz, expressando mais,desprezo) ele revidava afirmando ser inveja de frustrados ... No comments, people.
    A verdade é que a maioria dos homens faz isso ou pensar em fazer, mas minha técnica é, acredito, sui generis: tenho compulsão de apanhar e guardar folhetos, prospectos, flyers, anúncios, ou seja, qualquer coisa de papel de todos os lugares em que adentro com intenções de lá arrebatar uma mulher. Se consigo o intento, até um simples beijinho de despedida após horas, guardo o papel anos afora e sem anotar nada, procuro lembrar que musa conheci/arrebanhei naquela lugar e naquela noite. Já tenho uma pilha incomensurável e acreditem, é muito mais divertido que anotar nome, tipo de beijo, envergadura da bunda, potência de sucção da chupeta, grau de intensidade do olhar de vadia, nível de umidade produzido por centímetro cúbico da xota em uma folha de papel ou arquivo digital.
    Pelo menos uma vez ao ano espalho a massa de celulose no chão de minha sala e me dedico a lembrar quem conheci em tal lugar e noite e o que aconteceu. Acreditem, é muito divertido e estimulante treinar a memória e o ego canalhistíco dessa forma,  pois quando a memória falha e se mistura mulheres com mulheres (nenhuma menção ao lesbianismo aqui, embora eu seja um imenso e taradíssimo fã dele!!), local  com  local as risadas são garantidas. E mulheres, passem a fazer o mesmo, garanto as propriedades desopiladoras dessa babaquice.  
   

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Novo blog nos links

Meu amigo que mais colabora com essa tranqueira me indicou um ótimo blog, encontrado durante peregrinações internéticas. E ainda me chamam de canalha é obra de outro nobre membro da nossa estirpe. Dêem uma olhada à direita e prestigiem mais esse compêndio de sabedoria masculino-canalha-noturna.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Sobre a última noivinha satânica

  Alguns amigos e leitores pedem esclarecimentos sobre a última noivinha satânica que encontrei. Vamos a eles.
  A moçoila era das mais bonitas, estilosas e sensuais que circulam naquela verdadeira masmorra, naquele antro de perdidas, loucas, problemáticas, malucas, piriguetes... a lista de termos seria imensa. 
  Pele clara, cabelos negros encaracolados, olhar perigoso e atraente, decote indecente (leia-se delicioso), ela era tudo que um sujeito como eu procura pela noite. A conversa foi meio tortuosa e em dado momento a musa simplesmente sumiu, para reaparecer duas horas mais tarde. Nesse meio tempo, passei cantada em duas amigas dela (claro que só soube que as três se conheciam após perpetrar a burrada).
  Ao ressurgir, estava sóbria como uma noviça recém-ordenada, ao passo que quando a abordei estava chafurdando na bebida. Prefiro não registrar minhas especulações do que ela aprontou ou sofreu, para estar tão recomposta, naqueles 120 minutos... 
  A conversa, nesse segundo encontro, progrediu bem, a dama da noite caiu nos meus braços, mas, epa! nada de beijos de boca aberta, nada de línguas se atracando. Um mal sinal, convenhamos, quando seu  par não permite esse contato mais profundo. 
  Adiantemos a narrativa e vamos ao clímax(que não houve).
  O expediente da masmorra terminara, seguranças pediam para os últimos bêbados e malucos voltarem para seus tristes lares ou o que quer que fosse. A essa altura eu e a musa já tinhamos nos entendido sobre o próximo movimento, mas ela insistia em irmos para minha casa (localizada bem longe dali). Eu sugeri, da maneira mais gentil  e suave que posso, um hotel dentre as várias opções nas proximidades. Diante a insistência cega dela, perguntei o porquê e fui atingido por uma bomba de neutrôns de milhares de megatons: o que realmente queria não era transar, mas o depois, "dormir juntinhos" e ao acordar ter um café da manhã romântico e passar horas na minha casa, pois já tinha se amasiado várias vezes no decorrer de seus menos de 30 anos e estava em busca do próximo companheiro...
  O que fiz? Caros leitores, o que fariam diante de uma chave de cadeia como essa proclamando suas intenções com tamanha naturalidade e convicção? Fiz o que tinha de fazer: assim como ela, desapareci sem deixar rastro.
   Encerro o relato com perguntas sinceras: esse tipo de mulher realmente crê que os homens que somem, que não querem compromisso, que são uns galinhas e imaturos etc, não valem nada? Esse comportamento não é de apavorar até o mais vivido dos machões e canalhas? Um homem que foge desse tipo de encrenca pode ser condenado?  
 

sábado, 31 de julho de 2010

Breve relato das últimas noites cafajestes

   Fiéis leitores, não se irritem com ou desistam desta tranqueira, seu autor está vivo e ativo, coletando vivência, histórias e encrencas para alimentar o blog. 
   As últimas semanas foram deveras interessantes e repletas de material  a ser lapidado para abrilhantar as  Noites Cafajestes. Por hora, informo que tive reforçada (e como!) uma percepção que já me acompanhava há tempos: quanto mais supostamente malucas, modernas, avançadas, radicais etc são as mulheres de hoje, inclusive e principalmente no visual e no comportamento sexual que ostentam ou aparentam praticar, mais conservadoras, noivinhas casadoiras e desesperadas são, acima de tudo entre as tribos que posam de mais radicais, anti-burguesas e revolucionárias e toda aquela patacoada moderna (ou seria pós-moderna?), como góticas, metaleiras... Em suma,  há milhares de noivinhas satânicas campeando por aí (para quem lembra da postagem com esse título, um comentário/auto-exaltação: creio que nomeei com  perfeição um tipo social, um animal da fauna humano-urbana desses tempos malucos. Se espalharem o termo internet, conversas e mundo afora, dêem o devido crédito, por favor), e topei com um exemplar tão doido e assustador da espécie que ao fim da aventura tive uma exemplar lição/atualização da frase de sabedoria masculina "não pago para elas ficarem comigo, pago para irem embora, para não encherem o saco após o sexo". Bem, vocês podem supor ou imaginar o que aconteceu, um dia conto isso em detalhes.  Saudações canalhas e cafajestes.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - X

" Eu, como o grande Ian Curtis (finado vocalista do finado mas eterno Joy Division) também me matei aos 23 anos: foi a idade com que me casei. "

 Do amigo canalha colaborador número 1 desta tranqueira.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - IX

" As mulheres tornaram-se tão complicadas e exigentes, tão malucas e destemperadas, que hoje em dia ter uma mulher para sair, transar, beijar é tão trabalhoso que ter uma mulher para qualquer coisa é como ter um filho".
Frase lapidar de outro velho amigo, o canalha supremo que conheço, modelo e ídolo e que breve estrelará outro texto desta tranqueira.
 

quarta-feira, 23 de junho de 2010

As musas dessas noites e desses dias - Parte II - Reencontrando Ana - ou: como passar a odiar uma paixão de adolescência

   Esse conto de título tão inusitado e criativo (admito, gosto de me vangloriar de minhas criações, inclusive um amigo diz que sou o maior frasista que ele já conheceu) tem como musa uma moça com a qual convivi durante o Colegial, ou Segundo Grau Escolar. A dita cuja, em meio àquele bestiário de problemáticos, bitolados e nerds, drogados, aspirantes a pensadores drogados, putas bêbadas e chatas metidas a "minas papo-cabeça" , se destacava por sua beleza mediana e por ser a figura  maior de uma categoria de meninas  que imperava naquela escola tão esquisita e doente, em termos sociais, um tipo de menina que batizei de "putinhas indecisas": caminhavam, com a segurança que só uma mulher pode ter mas ao mesmo tempo dando as bandeiras típicas de uma adolescente ainda plena de falta de jeito, entre o fingimento do recato e da seriedade (na verdade, temor de sair curtindo a vida e ficar mal vista) e as aprontações mais ou menos escondidas. Bem, creio que o termo se explica.
    A musa em questão era desejada por muitos e com bem poucos ficou/namorou/deu (oficialmente, anos depois, soube-se que seu recato era principalmente de fachada), incluindo por este que vos escreve e por um rapaz que é o verdadeiro protagonista do conto: um cara que naqueles tempos patéticos era o saco de pancadas moral de boa parte da escola, o sujeito em que os aspirantes a fodões, machões loucos para virarem bichinhas loucas e quetais descontavam suas frustrações e vergonhas, um cara estranho e inteligente, que tinha gostos musicais e literários imperdoáveis em um ambiente dominado por pseudo-pensadores e roqueiros limitados. Bem, esse cara mudou muito, hoje (aliás, já há um bom tempo) em nada lembra o coitado daquela época, transformou-se em um fodão, comedor e canalha de estampa. Como é dito por um amigo dele (eu), em uma passagem do conto: " você superou todos nós".
    Encontrei esse cara um dia e em meio a muitas cervejas e risadas, narrávamos um ao outro nossas últimas desventuras e aventuras com o mulherio. Ele contou que encontrou-a casualmente, no metrô e que ela o olhava de longe, com um olhar  de divertimento e superioridade, como se ela ainda fosse sua paixão eterna dos tempos de colegial e que bastaria ela estalar os dedos e ele iria de joelhos até ela, para dar-lhe a atenção que ela merecia. Ele, agora um homem vivido e sábio olhou com consumado desprezo para aquele corpo assustador de tão caído e maltratado (e ela tinha a mesma idade dele na ocasião, de vinte oito para vinte nove anos, apenas), compreendeu o que o olhar dela expressava e pedia e não teve dúvida: virou a cara e desceu na estação seguinte, sem olhar para trás. Perguntei-lhe o que teria acontecido caso ele se aproximasse e conversassem, tantos anos após. A resposta: "acho que falaria amenidades educadas, despistaria o possível convite dela para nos vermos e lembraria com raiva daquele olharzinho de mulher superior, pois ainda sou um cavalheiro."
    Tempos depois, durante as várias noites movidas a álcool em que criava  os rascunhos das Noites Cafajestes, coletando de minha memória as histórias que seriam as bases dos contos, lembrei-me desse evento e pensei: "e se ele fosse falar com ela, marcasse um encontro e  NÃO FOSSE UM CAVALHEIRO, mas um autêntico canalha?"
    E assim nasceu essa singela homenagem a uma mulherzinha que certamente mereceu todas as agruras que sofreu na mão dos homens.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Da euforia à humilhação em poucos segundos Ou: Sobre a condição masculina

    O episódio aconteceu com um amigo, professor de ensino médio, jovem e canalha como eu. É uma bela ilustração de como nós machos podemos ter toda nossa força, alegria, auto-confiança e tudo mais que nos faz se sentir capaz de enfrentar o mundo com as mãos nuas destruído em poucos segundos, com uma ação mínima ou pouquíssimas palavras.
    A escola em que ele expira pecados, tentando enfiar conhecimento e cidadania na cabeça de uma garotada que quer ser burra e animalesca (desculpem por ofender os animais), preparou uma comemoração/homenagem para duas professoras, muito queridas por toda comunidade escolar, uma vez que ambas tinham acabado de  receber o comunicado de oficialmente aposentadas. Meu amigo, que é músico, juntamente com mais alguns professores e um grupo de alunos também instrumentistas, preparou apresentação musical, discurso, faixas com frases afetuosas e tudo mais. A homenagem se daria no pátio da escola, que possui um palco de médio porte.
     Chega o grande dia, os alunos são encaminhados para o pátio, as professoras, incluindo as homenageadas, se perfilam diante o palco, os músicos e oficiantes estão a postos. Após duas falas ( uma delas, intragável, segundo ele, pura pieguice moralista), é hora da música. Ele se posiciona diante o microfone, faz um teste rápido, olha para o resto do grupo, dirigindo aquele olhar de "vamos lá!" e eis que um quarteto de lindas mocinhas na flor da idade, todas suas alunas, irrompe num coro ensandecido: " Fulano, tesão, bonito e gostosão! Fulano, tesão, bonito e gostosão!"     
       Ele se perde por momentos, tomado por devaneios eróticos. Como qualquer macho, de qualquer idade, condição ou categoria, diante de tal furor, mesmo que de brincadeira, põe-se a imaginar-se possuindo aquelas lindas ninfetas, uma a uma, ou todas de uma vez. Ele já tinha notado que pelo menos duas delas tinham acentuada queda por ele, mas tal demonstração pública faria qualquer macho, repito, sentir-se pronto a possuir todo o mulherio que surgisse a sua frente. 
     Sua imaginação libidinosa toma asas... afinal, são todas alunas de terceiro ano de ensino médio, que em breve deixarão a escola e duas já ostentam dezoito aninhos.  Se agir direito, o risco de encrenca é quase zero. Sim, meu amigo, nesse momento, deixou de raciocinar, somente a libido o governa agora.
      O clímax? Os demais músicos, todos homens, talvez tomados de inveja, talvez para avacalhar, talvez para dar uma lição a seu professor que estava se julgando o comedor, talvez por pura viadagem,  interromperam os delírios sexuais do fodelão: o cercaram e enquanto o abraçavam e o apertavam gritavam: "professor, nós te amamos!!!!"
       Liberto daquilo após alguns segundos, tudo que ele consegue fazer em seguida é voltar ao microfone e balbuciar: " essa foi uma das coisas mais nojentas que já me aconteceu."
       A homenagem prosseguiu normalmente e conforme o roteiro estabelecido, apesar do professor-galã ter errado várias passagens e desafinado muito.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Algumas frases esparsas para não deixar o blog morrer

Ainda estou muito ocupado e atrapalhado, peço compreensão, minha meia dúzia de leitores. Para que o blog não mofe de vez, algumas frases sábias que colhi por aí.
Primeiro, uma pérola do rei de todos os boêmios, mulherengos e canalhas, o imortal Nelson Gonçalves (sou melomâno por rock e música erudita, mas idolatro esse sujeito), retirada do blog Violão, Sardinha e Pão, do amigo Matheus:

“Para ser adorado por uma mulher convém amá-la pouco, prometer muito e fingir sempre”

Segundo,  um trecho de eterna "No Time", do grupo canadense de hard rock The Guess Who, que retrata muitíssimo bem o momento pelo qual passo, como se os caras tivessem criado a música para mim ( ah, a velha e sempre presente sensação de sermos os protagonistas de uma canção que nos toca ou nos faz sentir poderosos e fodões):

" No time left for you (On my way to better things)
  No time left for you
  I'll find myself some wings (No time left for you)
  Distant roads are calling me (No time left for you)"

Sim, eu descobri que tenho asas, tenho de usá-las para explorar as estradas distantes que me chamam e o tempo para inutilidades e malefícios auto-impingidos terminou. 
E não, não adianta pedirem explicações. 
 

sábado, 8 de maio de 2010

E agora... Porcos chauvinistas ! Episódio de hoje: Vingança

   Esta postagem é feita em um fim de noite, uma noite que terminou bem, e é  expressão e defesa de um sentimento muito mesquinho e vulgar, mas muito humano. Bem, vamos lá.
   O leitor já foi esnobado por uma garota na noite e  decidiu seguir adiante, beber mais um pouco e abordar outro exemplar da infinidade maravilhosa que é a feminilidade? E por ventura se deu bem, conseguiu beijo, atenção e carinho e mais tarde, ao olhar casualmente para o lado, flagrou a sua primeira e agora esquecida musa noturna sozinha em uma mesa, bêbada, ou aturando a conversa barata de um idiota qualquer? Bem, saibam disso, mulheres que esnobam os homens: vocês não serão as úlitmas, mas serão as primeiras a serem desprezadas, se me entenderam.Saudações de um canalha barato.   

sábado, 24 de abril de 2010

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - VIII

" Cada lugar ( casa noturna, boate, randevu, bar, o escambau) tem o príncipe encantado que suas frequentadoras merecem."

Do meu grande amigo e principal fornecedor de frases lapidares para este blog, ao saber do desfecho do acontecimento narrado em Noivinha Satânica.  

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Noivinha Satânica

   Ela surgiu na pista de dança, bem diante de mim, que estava parado no balcão, bebendo um vinho autêntico, bom e barato - uma beberagem quase impossível naquele porão pseudo-alternativo,devo informar -. sinuosa, lânguida, movimentos curvílineos e sedutores de um corpo alvo metido em uma saia  feita de camadas e camadas de renda negra e em um corpete de cor viva, justo como tinha de ser. E a música que a trouxe à pista era ainda mais improvável que o vinho: uma das minhas canções  favoritas do eterno Dead Can Dance, feita para um súcubo como aquela linda e pequenina criatura destroçar os machos presentes, uma peça sonora extremamente improvável de se ouvir naquele antro de ignorância musical, social, cultural e mental.
   Acompanhei seus movimentos, a beleza do movimento ritmado dos quadris como que tornava-se parte da carne  daquele corpinho pequeno e maravilhoso; demorei para sair do transe, beber o último gole de vinho e partir no encalço da fada noturna, após a música e a sessão de sedução findarem.
   Encontrei-a em uma mesa, com amigos. Nitidamente ela não tinha relações amorosas ou carnais com nenhum deles ou delas, assim, sentei-me e perguntei onde e como poderia ser agraciado com a dádiva de vê-la exibir seus dotes de dançarina do ventre(foram essas as palavras que usei). Ela sorriu, puxou minha mão e pediu que sentasse. 
  Nos entendemos sem dificuldades, nossas preferências e opiniões incentivavam um contato mais próximo.Mas como já disseram os grandes e verdadeiros filósofos da humanidade, o entendimento entre os corpos rara ou nunca garante entendimento entre os espíritos e todos os recalques, desejos, frustrações, neuroses, medos e taras que habitam a tal essência eterna aprisionada no desprezível e sujo corpo: após uma bela harmonia físico-corporal, durante a conversinha mole de sempre, deixei escapar algumas informações sobre  minha condição e história que entregavam: eu não era o homem perfeito que ela, mulher do rock pesado, curtidora de black metal, rainha das boates góticas do Centro de SP, fluente no idioma anglo-saxão, procurava para com ele construir uma família burguesa, estável e feliz. Decepcionada e enraivecida, não mais permitiu nenhum beijo ou carinho, apressou-se em zarpar para a segurança da casa paterna e, claro, o nome de guerra que usava na principal rede social da internet e o telefone que deixou, antes de sumir, eram falsos.
    E eu, no dia seguinte, experimentando um improvável, paradoxal e indescritível misto de pasmo e sensação de previsibilidade para com o acontecido, ponderava, um peso nos ombros, apesar da noite ter dado aquilo que nós homens no fundo sempre buscamos dela: será que algum dia toparia com uma mulher diferente de fato, que realmente despreza o sonho do príncipe encantado repleto de posses, energia e burrice e que lhe daria uma vidinha segura e eterna?

terça-feira, 6 de abril de 2010

Explique-se, seu relapso

Já não posto há quase dez dias e devo demorar mais um tanto para isso: estou muito atarefado, principalmente com as provas de revisão final de mais um livro meu (físico, em papel, e de não-ficção) que será publicado muito em breve. Peço a meus poucos e fiéis leitores desse compêndio da sabedoria da desprezível raça masculina que tenham um pouco de paciência e compreensão. Obrigado e saudações.

domingo, 28 de março de 2010

Parábola para todos que temem a mudança (e para eu mesmo)


Um guerreiro (não um cavaleiro), oriundo das áreas montanhosas, incultas e repletas de florestas do norte do reino de Sanpalus, após desilusões amorosas, aventuras sexuais e coisas típicas da juventude, um dia conheceu uma bela moça, vinda dos Reinos Interiores, uma região muito atrasada, que falsamente dizia seguir a religião que desprezava  a matéria e o corpo e só se importava com o espírito. Ele ficou desconfiado, mas ela disse ser diferente de suas parentes e conterrâneas e o convenceu de que não era uma mocinha desesperada por casar com um poltrão que a sustentaria e a suportaria, ao participar de muitas das aventuras e loucuras do doidivanas  guerreiro, que julgou ter encontrado a mulher certa, pois diferente das outras.
Como ocorre nessas histórias, casaram-se. E como ocorre nas histórias de verdade, as histórias que revelam as verdades, ela mudou muito após o matrimônio: perdeu o bom humor e o gosto pelas aventuras, exigiu que o guerreiro deixasse de lado os esportes imbecis que praticava com amigos imbecis, seu ciúme tornou-se uma verdadeira praga - passou até mesmo a controlar seu vestir, pois estava certa de que se vestia apenas para impressionar outras moças e possuí-las.  
O guerreiro tinha várias falhas de caráter, mas ao menos uma qualidade: jamais se dobrar às exigências absurdas e à histeria de uma mulher, principalmente uma interiorana e comum, como a  sua antiga princesa se mostrou. Brigaram e discutiram muito, ela até mesmo o agrediu com tapas e socos algumas vezes, mas ele tudo suportava, pois já havia brotado e florescido, daquele casamento, alguém que  tornava tudo aquilo suportável: uma princesinha, uma pequena mulher, que ele amava acima de tudo.
Mas mesmo a renovada paciência e abnegação de um guerreiro podem acabar e a de nosso herói extinguiu-se como o bafo de um dragão moribundo, após seu último suspiro, quando a mãe da princesa veio residir com eles e nosso guerreiro topou com algo estranho, assustador e terrível: a velha era uma verdadeira bruxa, uma íntima das trevas e sua presença inspirou a filha a tornar-se o mesmo.
Algum tempo depois, quando o guerreiro estava mergulhado em uma situação que indignou até mesmo outras princesas e mulheres, sempre prontas a defenderem a própria raça, a princesa comunicou que usaria a herança de seu falecido pai para comprar um novo castelo, em que todos residiriam juntos, um castelo projetado de forma a elas sempre saberem o que ele estava fazendo, com quem falava pelo comunicador mágico. Ele tremeu de fúria e ódio, mas nada disse. O novo castelo ficava no fundo de um vale afastado, remoto, um lugar bonito mas que escondia podridão em todos seus cantos, distante de toda a vida social e variedade humana que fervilhava onde antes residiam. Elas estavam felizes e satisfeitas, ele cada vez mais infeliz e revoltado. O novo castelo era a tumba do guerreiro, que sentia morrer um pouco a cada dia passado ali.
Até que uma noite ele esperou elas adormecerem e fez algo que há muito deixara de lado: a pé, sem seu cavalo, subiu através do vale maldito, habitado por esnobes, falsos religiosos e gente grosseira obcecada por riqueza, alcançou a Grande Avenida e embrenhou-se na Rua Grande e seus arredores. Lá, reencontrou-se com seu passado, seu verdadeiro ser e sua força interna. O frenesi de luzes, movimento, vida, variedade, o desfile da humanidade e suas múltiplas formas de viver, as mulheres que conheceu e tomou, tudo o preencheu de tal forma que ao retornar, quando já era dia claro, anunciou que partiria para sempre, rumo a seu verdadeiro ser e ao seu verdadeiro reino. A indignação foi grande, os homens da família da princesa o ameaçaram – derrotou e humilhou um a um em combates medonhos – , a princesa chorou e gritou, mas ele, sem jamais esquecer ou abandonar sua pequena princesa (muito pelo contrário), partiu, sem medo de ser o que realmente era.  

   

sábado, 20 de março de 2010

A verdade sobre a gentileza masculina

    Minha grande e querida amiga, que já contribuiu com frases e reflexões para este blog, mandou-me a imagem acima. É uma excelente charge, pois revela que muitas das gentilezas, palavras doces e ações aparentemente doces, enaltecedoras e galantes dos homens não passam de técnicas para o sexo ser conseguido com maior facilidade e sem empecilhos. 

segunda-feira, 15 de março de 2010

As musas dessas noites e desses dias - parte I

  Como anunciado, inicia-se uma série que contará algo sobre as musas inspiradoras do livro razão de ser do blog, sem revelar muito. Identidade de todas e deste que vos escreve, claro,  continuará nos pontos escuros e menos frequentados da noite paulistana ou na imaginação da minha fiel meia dúzia de leitores. Outra observação importante, antes de começarmos: essas mulheres não podem e certamente não querem deter o título de únicas inspiradoras desses relatos raivosos; foram uma espécie de catalisadoras, em que foquei meus sentimentos e reflexões, a figura delas permitiu dar forma literária à fúria, ao rancor e à raiva vividos não só com elas, seria injusto esqueçer de tantas outras que também contribuíram para a gesta dessas pérolas da chauvinice masculina. Então, vamos lá.
Conto semi-erótico. Ou: como perder várias noites de sua vida

  Uma revisão do meu relacionamento com S., amiga de infância bonita, lânguida, dona de linda bunda e de muitos tormentos interiores e com a qual tive uma seqüência de encontros, ficadas, enroscos e tretas, primeiro em nossa adolescência - encontros furtivos e ligeiros, longe dos olhares de pais e de nossos pares amorosos oficiais - retomados dez anos depois, quando já beirávamos os trinta anos  E por que essa historinha tão banal mereceu um conto? Bem, a constante dessa história  foi uma negação contínua: negação de sexo, de contatos mais íntimos, negação de um relacionamento bem-resolvido entre adultos, como o protagonista-alter ego pergunta à personagem que representa S., no fim do conto: " por que os adultos, que se dizem sabidos, espertos e vividos, não são diretos e sinceros nas relações amorosas, preferindo joguinhos para esconder suas intenções, como se fossem adolescentes que moram sozinhos?"
  Sim, durante anos corri atrás dela como um autêntico idiota, deixando-me levar pelo joguinho de insinua-foge típico das fêmeas e por algo tão forte quanto, que parecia sepultado mas ressurgiu em plenitude, há pouco: uma amizade que atravessou décadas, pois ela nunca deixou de ser amiga. Mas  ela é uma mulher,  portanto foi como uma lei matemática coisas estranhas ocorrerem: S. me empurrava algumas lindas e deliciosas amigas, falando a elas maravilhas a meu respeito, mas nunca permitiu que eu tivesse dela mais que rápidas bolinações nas pistas dos porões góticos e casas de rock mais podres desta cidade e vislumbres de sua lingerie...
  Em suma, este primeiro conto é a história da busca por uma trepada que nunca ocorreu e de como isso foi resolvido de maneira ao mesmo tempo bastante carnal e simbólica. E cometi uma impropriedade e tanto com esta narrativa: mostrei-a a sua inspiradora, que ficou desconcertada com o que leu.
  Por fim, se querem saber um pouco mais sobre eu e a moçoila, leiam a postagem "Crônica de uma noite que não terminou mal, mas não será louvada", principalmente os comentários.     
Saudações



sábado, 6 de março de 2010

Nova velha definição

   Um dos amigos canalhas que contribuem com reflexões, relatos e frases para o acervo e a grandeza deste blog está envolvido com uma mulher cujos vários dotes físicos e intelectuais são eclipsados por sua cobrança cada vez mais histérica  por um relacionamento oficial, careta e certinho, do tipo ir ao cinema de shopping de mãozinhas dadas, coisa que causa calafrios do mais atávico horror nele. Ela, cansada das escapadas e dribles dele, companheiro meu de muitas noites cafajestes e canalhas, o chamou, há pouco, de "canalha noturno", e num tom de desprezo, repugnância e raiva fervilhantes, segundo o relato dele, que claro, exultou com o termo, o considerou uma nova forma para algo antigo e eterno e, para fazer juz ao nome, saiu-se com esta: "muito boa, tem um amigo que pesquisa e registra a canalhice masculina e que vai adorar a expressão."  Bem, aí  ela transformou-se de vez em uma bomba nuclear de hidrogênio, afinal, sarcasmo é uma das grandes qualidades humanas que nós mesmos menos toleramos.
    Encerro esse texto inútil e fútil com uma reflexão-pergunta: quando as mulheres vão perceber que nomes como canalha, cafajeste, crápula e assemelhados são, para os homens de verdade, sempre elogio, nunca ofensa? 

segunda-feira, 1 de março de 2010

Crônica de uma noite que não terminou mal, mas não será louvada

   Sai apressado para mergulhar na mistura de luzes féericas e multicoloridas e escuridão profunda, que caracteriza nossa amada e odiada cidade,uma imagem que aliás sempre está nos meus escritos. Logo eu estava na Augusta. Primeiro, algum tempo sentado no BH, meu quartel-general de bebedeira, o meu bar, onde largo folhetos e textos pelo balcão, onde abasteço minha imaginação hipertrofiada ouvindo as conversas alheias, meu bar de tantos anos. Sem muita pressa, bebi, comi, bebi, bebi; após uma hora ou mais por lá, enquanto pagava, o caixa, que já é meu conhecido, deu a ótima notícia de que dobraram a histeria anti-ruído e anti-vida noturna e voltaram a funcionar por toda noite, desde que sem mesas na calçada. Saí de lá animado, crendo que isso era presságio de uma noite divertida, no mínimo.
    Caminhava sem pressa, observando tudo que possível, principalmente os corpos e olhares das mulheres, mocinhas, meninas e putas, pois eu não estava em busca de alguma redenção, não esperava encontrar o amor de minha vida perdido por lá - felizmente, já deixei tais ilusões de juventude de lado -  o que eu queria era algum sexo de qualidade,  e mais nada - Cometi então o primeiro erro: parei para beber num dos bares de visual mais maneirista, podre e estilizado da rua e ousei, premido por mais fome, a comer algo de lá. A murchidão daquela iguaria milenar já alertou-me de que não faria bem, mas, impetuoso e decidido como só um macho idiota pode ser,  mandei ver.
    Umas voltas tortuosas e sem direção pelas ruas paralelas, para, digamos, ver a cidade, apreciar o lirismo do Bexiga e do centro numa madrugada fria (sim, também sou um piegas que adora ver a cidade e imaginar, como tantos outros, que sabe alguma porra de verdade sobre ela), mais e mais bebida e por fim paro para a suposta última cerveja da noite no Augusta 472, meu tipo de bar: meio escuro, despojado, meio sujo, rock no vídeo, sem frescuras, nada daquele ar emo/pseudo-indie ou de culturetes que domina a parte mais alta da rua. Senti os primeiros eflúvios da embriaguez ao tomar o último gole da Heineken e decidi que era melhor zarpar, pois para ser honesto, a intenção primordial  era simplesmente ver um pouco de movimento noturno, se uma chance de sexo aparecesse, ótimo.
      Já me levantava da banqueta quando ouvi aquela voz tão familiar: - Você?! Não acredito! - E lá estava ela, S., antiga amiga e alguma coisa a mais, a musa inspiradora de "Conto semi-erótico", o conto que abre Noites Cafajestes e Alguns Dias Canalhas . Não a via ou falava com ela há pelo menos dois anos, graças ao cansaço de ser sempre mais um qualquer na sua lista de opções e ao alerta de um amigo, colaborador frequente deste blog, que cumpriu o mesmo papel por anos e ao descobrir que nós dois erámos parte do séquito de patetas particulares da 'gaja' me chamou para uma conversa de machos e recomendou que cortassemos essa ridicularia de nossas vidas já bem ridículas.
     Sim, lá estava ela, ainda atraente e interessante, apesar dos pés de galinha, acompanhada de um casal de amigos estrangeiros, aos quais mostrava as delícias da cidade.Conversamos um pouco, claro que ela me nomeou "cafajeste" por ter "sumido" - mal sabe ela o bem que me fez ao me chamar disso!- E aconteceu: movido  pelo álcool, o desejo de alguma ação e pela atração que essa peste ainda me causava, tentei arrancar um beijo, sem ser bem-sucedido. Ela, então, pôs seus joguinhos na mesa: sacou de um celular último tipo e pediu que o casal tirasse uma foto de nós dois abraçadinhos... Claro que, assim que abraçei-a por trás, ela sussurrou "sem encoxar, hein!" . Creio que entenderam a intenção dela e deduzem o que ocorreu em seguida...
     Subimos a Augusta falando bobagens, ela pedindo indicações de algum lugar legal para levar os amigos. Mostrei  o Astronete, citei o Saravejo, nada a animou. Assim, cometi o último erro: bebi mais uma cerveja.
Ao alcançarmos a Paulista eles rumaram para o estacionamento para apanharem o carro dela. Mas antes S. pediu que eu ligasse, que não fosse canalha de sumir de novo e me repassou o número. Dei meia volta e tomei o rumo de minha caverna,  arrancando o que podia das migalhas da noite.
     O Grande Final: a noite não foi ruim, ainda que não boa, mas não será louvada, pelo preço que cobrou no dia seguinte: além da quantidade excessiva de cerveja e dos quitutes pouco recomendáveis que ingeri em pouco mais de três horas, creio que meu corpo quis castigar a si mesmo e a seu dono por terem ambos cedido tão fácil aos apelos sexuais e tentado algo com uma mulher que durante anos só concedeu beijos, amassos e algumas bolinações, mesmo sabendo que ela regularia de novo. Acordei, após uma noite de sono incompleta e conturbada, com uma ressaca mastodôntica e a pior crise gástrica em muitos anos, a qual, neste exato momento, ainda não foi totalmente debelada.  Meu corpo não perdoou a si mesmo nem a mim e quem sabe, aquela ruiva metida a bruxa não sugou parte de minhas forças, mesmo sem uma troca de fluidos mais intensa?
P.S.: breve iniciarei uma série de postagens sobre a musa inspiradora de cada conto do livro, sempre preservando a identidade delas e a minha, claro.Se estão curiosos sobre Senhorita S., aguardem.       

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Igualdade? ora, deixe disso...

    Ao folhear uma dessas revistas masculinas modernas que vendem um estilo de vida altamente produtivo, feliz e excitante aos homens - como ser um exemplar feliz dos tais "metrossexuais", em suma - topei com uma matéria que ensinava "como deixar  uma mulher de quatro, sempre querendo sexo com você" ... Bem, uma observação, no meio de tanta banalidade e superficialidade me chamou a atenção:"a mulher também deve galantear, ela deve aumentar sua autoestima, pois isso aumenta a excitação e o interesse do homem. " Claro,a matéria não ensinava exatamente COMO fazer essa mágica. Isso me remeteu a uma carta de leitor publicada na Revista da Folha há uns dois anos, na seção do psicanalista que responde aos problemas dos leitores. Um sujeito reclamava que as mulheres de hoje agem como se somente os homens fossem premiados, como se para elas, conquistar o homem não fosse nada, que o prêmio é só nosso, ao conquistarmos o objeto de desejo amoroso/sexual, e que, pior, elas cobram que os homens devem adivinhar o desejo delas quando ele é/está em completo silêncio e invisibilidade. Bem, este sujeitinho concorda com tudo isso, dado o que ele vivencia e presencia. O gênero feminino está tão certo de que é o supra-sumo da criação ( e é, mulheres, vocês são o ápice da natureza!) e que os homens são tão desprezíveis que elas puderam deixar de lado a obrigação de também mostrarem interesse e desejo, de agradarem e deixarem seu objeto de desejo enlevado com olhares, deslizar suaves de mãos, sorrisos. Em suma, nesse terreno a igualdade foi para o espaço e os homens que apenas sirvam as mulheres, quietinhos. Pois nós, a raça mais podre e desprezível da Terra, como li outro dia num blog qualquer de uma frustrada e recalcada qualquer, não merecemos essa igualdade. Homens, seduzam as mulheres, não esperem correspondência as suas ações, sejam adivinhos que sabem o que as mulheres pensam e desejam e quietos, entenderam? Eu, creio, entendi qual  a jogada que impera nos dias de hoje e digo: é realmente de chorar.
Finalizo com um pedido: mulheres que conseguiram ler isso até o fim, por favor opinem.        

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - VII - perfeita metáfora sobre essa instituição podre e abjeta, o casamento

"As pessoas se apegam a um pedaço de carne podre e mal-cheirosa  como se fosse um pedaço fresquinho de filé mignon" - do amigo canalha que mais contribui para o acervo de reflexões e sabedoria deste blog. 
 

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

E agora... Porcos Chauvinistas! Episódio de hoje: Verdade aracnídea


Recebi essas imagens por e-mail. O senso de humor é meio juvenil mas muito verdadeiro. E o tema, caro a todos os homens que se interessam pelo sexo feminino, ainda merecerá uma postagem mais longa e elaborada, aguardem, inclusive  para discutir porque ainda há fêmeas indignadas com homens que  procuram as ditas mulheres da vida para satisfazer seus desejos.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Riam, se puderem

   Sim, acabei de colocar uma postagem longa,no entanto esta é curta e direta, acalmem-se.
Nas minhas peregrinações pela "infernet", como diz minha grande amiga que já teve outras pérolas aqui postadas, encontrei a Desciclopédia. O verbete para a Rua Augusta é bastante engraçado.O link está aí abaixo. E o link para essa massa de conhecimento tão indispensável a nós seres patéticos da noite está à direita. Boa leitura e risadas.
http://desciclo.pedia.ws/wiki/Rua_Augusta

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Lançamento do livro

  É com orgulho e empunhando uma  lata de cerverja vagabunda que anuncio a publicação de Noites Cafajestes e  Alguns Dias Canalhas em pdf. O livro está disponível para ser lido em computadores, e-readers e demais maquininhas  na Gato Sabido, pela bagatela de dez reais. Sim, demorou, mas orgulhosamente este canalha pode afirmar que é um autor publicado, com isbn e tudo mais. Aos interessados, entrem no site da e-bookstore através do link aí à direita. Uma vez dentro da loja virtual, passem o cursor na seção Sou o Autor  e cliquem em Contos.
  Breve, breve (espero) postarei aqui relatos e impressões das situações, aventuras e experiências que advirão da fama e glória que essa gloriosa empreitada literária trará a esse ser noturno e baixo. Saudações.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Canalha, Cafajeste, e covarde

     Mexi no conteúdo de alguns postagens. Intervenções pequenas, precisas, mas fundamentais para ocultar minha identidade e minhas atividades excusas, conforme sugeriu uma amiga,  ao me alertar que essas pequenas informações falavam sobre mim mais do que desconfiava e poderiam me causar problemas. É assim desde  sempre, desde que me meti nos bulícios sem-fim do sexo e do, vá lá...amor: quando estou no auge de minha bronca com o sexo feminino, destilando chauvinice e canalhice,alguma mulher - parente, conhecida, colega, amiga, amante - trata de corrigir minha cabeça distorcida e mostrar que há mulheres sensatas que não são gritos, sentimentalismo, desejo de mandar até nas vidas passadas dos homens e as histerias tão comuns às mulheres comuns.

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - VI

   "As mulheres precisam entender que após o amor, isto é, após o ato do amor físico, somente os cães ficam grudados. Os humanos precisam de espaço. E quando o dito"amor de verdade" acaba,  aí, grudar para resgatar algo que já acabou, 'ficar juntinhos', 'resgatar as coisas boas do passado' e asneiras desse tipo são uma burrada que piora tudo." Do mesmo amigo canalha que fez a perfeita análise fonológica de BUCETA.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Mais uma homenagem ao órgão feminino

Conheço o poema abaixo há mais de um ano.É uma ode à genitália feminina como tem de ser: bem-feita mas simples, direta e repete o lindo som até inebriar o leitor.


Poema da buceta

Para Leônidas Pellegrini, il miglior fabbro.



Com o perdão da palavra,
eu gosto mesmo é de buceta.
Há palavras que não se encaixam
no verso ou na prosa,
mas buceta se encaixa,
buceta é gostosa.

Buceta é uma beleza,
buceta é a palavra mais linda
da língua portuguesa,
buceta é a coisa mais bonita do mundo.

O que seria de mim sem ela?
Nem sequer eu nasceria.
Buceta, via de regra, é a via.
A via estreita.
Somos todos filhos da buceta.

Sou um bucetófilo,
com o perdão da palavra.
A palavra é feia,
mas a buceta, não.
A buceta é bela.
O que seria de mim sem ela?

Repetirei tanto a palavra buceta
que você vai se acostumar.
Pois até mesmo as garotas mais recatadas,
de boca limpa e pensamentos sérios,
têm buceta.
Até mesmo os homens mais cheios de siso,
para quem a palavra buceta não deve entrar no poema,
vieram da buça.

De menino, sou da buceta.
A buceta me intriga
desde os tempos imemoriais.
Não se passou uma hora em minha vida
sem pensamentos de buceta.
A buceta é meu princípio, meu fim:
eu me acabo na buceta.

Por isso eu falo, por isso eu penso,
por isso eu canto: bu-ce-ta.
Nunca mais direi uma frase
que não inclua a palavra buceta.
A ela renderei todos os meus sins,
todos os meus ais, todas minhas odes.
Com a buceta ninguém pode.
(Disse.)

Buceta é outra civilização,
vou-me embora pra buceta.
Todas as coisas, meu amigo,
são bucetas disfarçadas.
O pinto, esse ridículo,
não passa de um ensaio,
muito mal-feito, aliás.

A buceta, não: a buceta é sutil,
pertence ao lado de dentro,
delicada como um lírio de carne,
um tamarindo fêmea,
uma usina de pêlos e músculos,
como é linda a buceta.

Irmã da boca, caminho das mãos, amiga do peito,
senhora dos meus pensamentos,
com o perdão da palavra,
eu te amo, buceta.

fonte: Blog do Briguet (http://briguet.tipos.com.br/arquivo/2005/02/02/poema-da-buceta)

sábado, 2 de janeiro de 2010

Descobertas feitas em mesas de bar e registradas em guardanapos - V

Porque BUCETA é a mais bela palavra da língua portuguesa

BU é uma sílaba que se expande, que se espalha pela boca afora, como os lindos lábios vaginais de uma xana excitada, entumescidos, querendo capturar o mundo a seu redor; o CE traz para perto de quem fala, como se a xota agora lhe pertencesse e o TA é uma onomatopéia, que representa o som do macho que apanha a mulher em suas mãos e dá um belo 'ta' no órgão sexual dela usando o seu...  
( Feito juntamente com um amigo canalha, enquanto falávamos de mulheres, claro)